As ações de fiscalização são feitas em 17 estados que possuem áreas do bioma Mata Atlântica. De acordo com o Ministério Público do Paraná (MPPR), que coordenada a ação nacional, a operação utiliza dados divulgados no Atlas da Mata Atlântica.

Segundo o relatório semestral de 2022, uma área equivalente a 20 mil campos de futebol foi desmatada nos estados do Paraná, Bahia, Minas Gerais, Piauí e Santa Catarina. Isso representa 81% de toda a área desmatada do bioma no país.

A operação Mata Atlântica em Pé surgiu no Paraná e está na sétima edição. Já no restante do país, essa é a sexta ação realizada que conta a participação de todos os Ministérios Públicos dos estados fiscalizados e órgãos ambientais.

Operação busca proteger a Mata Atlântica no Paraná, um dos estados que mais desmatam o bioma. Foto: Erica Fernanda/IAT.

No Paraná, a ação é realizada em conjunto com a Polícia Ambiental (Força Verde), a unidade regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Água e Terra (IAT) e a Polícia Científica.

Dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica apontaram que houve perda de quase 21 mil hectares de florestas nativas entre 2021 e 2022. Isso apontou uma redução de 7% em relação às perdas registradas no período anterior, entre 2020 e 2021, quando foram desmatados quase 22 mil hectares. Esse último número indicou que a área desmatada foi a segunda maior dos últimos seis anos e ficou 76% acima do valor mais baixo já registrado na série histórica, de 11,4 mil hectares, entre 2017 e 2018.

O promotor de Justiça, Alexandre Gaio, falou sobre a edição nacional da operação e a expectativa de redução do desmatamento para este ano.

Minas Gerais, Bahia e Paraná: estados brasileiros com maior perda do bioma Mata Atlântica. Foto: IAT.

Segundo o levantamento de dados, historicamente, os estados que apresentam os maiores índices de desmatamento são Minas Gerais, Bahia e Paraná. Conforme o Atlas da Mata Atlântica, apenas 0,9% das perdas foram registradas em áreas protegidas, 73% foram feitas em propriedades particulares. Esse panorama reforçou a tese de que as florestas seguem sendo derrubadas, em grande parte, para dar lugar à pecuária e à agricultura.

A especulação imobiliária também foi apontada como uma dos motivos que levam à destruição do bioma, particularmente em regiões próximas aos grandes centros e ao litoral.

Alexandre Gaio falou sobre a importância de preservar esse ecossistema.

A Operação Mata Atlântica em Pé vai contar com ações de fiscalização até o fim deste mês. Em seguida, serão apresentados os resultados da edição deste ano com a contabilização das áreas desmatadas e as infrações identificadas.