Motoristas enfrentaram filas na expectativa da liberação da BR-277, região da Serra do Mar, ao longo desta quinta-feira (25). A rodovia permaneceu interditada por mais de 12 horas após deslizamentos de pedras atingirem parte da pista, no km 39, sentido litoral.
Os transtornos foram causados pelas chuvas volumosas que caem na região leste do Paraná desde o início desta semana. Quem precisava descer a Serra do Mar conseguiu retomar a viagem apenas a partir das 16h30 da tarde. O caminhoneiro Oscar Amaro ficou quase dez horas na fila na expectativa da liberação.
Ao longo da tarde, o clima era de ansiedade na espera pela abertura da estrada. O turista paraguaio, Silvio Arturo, passou as férias na Ilha do Mel e ficou preocupado com o bloqueio. Ele conta que se a estrada não abrisse até sexta, teria que remarcar a viagem de ônibus.
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Segundo ele, outros familiares passaram pela mesma situação, tendo que retornar para o litoral ao se deparar com o bloqueio na Serra.
O geólogo e professor no UniCuritiba, Abdel Hach, comenta que não é possível prever o momento em que deslizamentos vão ocorrer, mas é possível prevenir com o uso de mapas de riscos que possam identificar quais são os pontos tradicionalmente vulneráveis.
Em 2022, quando a BR-376 registrou grande deslizamento de terra, equipes construíram barreiras e estruturas de contenção para evitar novas ocorrências. Segundo o geólogo, existem várias alternativas para esse problema, mas é preciso que hajam estudos para encontrar uma solução.
Além das estradas, a chuva extrema já causou prejuízos para a população do litoral paranaense. De acordo com o Corpo de Bombeiros, 60 pessoas ficaram desabrigadas e 77 famílias foram removidas de áreas ilhadas. Em Guaratuba o acumulado de chuva já chegou aos 518,8 mm, o valor representa quase o dobro da média para o período, segundo o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar).
De acordo com a meteorologia, as chances de chuva devem permanecer no litoral do Paraná até o domingo (28).
A CBN Curitiba entrou em contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e aguarda retorno sobre a situação geológica da BR-277.