As informações divulgadas apontaram que, em 2022, houve aumento do número de mortes em confrontos com policiais, em relação ao ano anterior e também uma escalada desde 2015, época em que o Ministério Público do Paraná (MPPR) começou a acompanhar esse tipo de ocorrência. Os dados apresentados fazem parte de um levantamento feito pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), unidade especializada do Ministério Público.

Em todo o estado, foram registradas 488 mortes ocorridas em confrontos com forças policiais, o que representa um aumento acima de 17% em relação às ocasionadas em 2021, quando aconteceram 416 mortes em circunstâncias semelhantes. Já se o comparativo for feito desde 2015, início do acompanhamento desse tipo de ocorrência pelo Gaeco, o índice quase dobra, ficando em 49,5%, pois, na época, foram registradas 247 mortes ocorridas em confrontos.

No estudo, são contabilizadas as ocorrências com policiais civis e militares, além de guardas municipais. O Gaeco observou que a maior parte das situações tem origem em confrontos com policiais militares. Do total de 488 registros de mortes, 483 foram em confrontos com policiais militares, três com guardas municipais e dois com policiais civis.

Curitiba foi a cidade que mais registrou vítimas em confrontos, somando 121. Em seguida aparece Londrina, com 50, e Foz do Iguaçu com 22. Os casos de mortes de civis em confrontos foram registrados em 366 situações.

O Gaeco faz o controle estatístico das mortes em confrontos policiais como parte de uma estratégia do Ministério Público, que tem o objetivo de diminuir a violência das abordagens policiais.

O coordenador do Gaeco, procurador de Justiça Leonir Batisti, falou sobre as ações adotadas pelo Ministério Público.

Segundo Leonir Batisti, as iniciativas do Ministério Público são frequentemente discutidas com representantes da Secretaria Estadual de Segurança Pública, da Polícia Civil e da Polícia Militar. Inclusive já foi feita uma solicitação ao governador Ratinho Junior para a colocação de câmeras nos uniformes dos policias.

 

O procurador de Justiça também falou sobre possíveis casos de confrontos forjados, que são investigados pelo Gaeco.

Leonir Batisti comentou sobre o perfil das pessoas que são mortas em confrontos.

O balanço apontou que nos confrontos registrados com policiais militares a maior parte das vítimas, 280, eram pretas ou pardas, o que corresponde a 58% do total. Já os confrontos com pessoas brancas resultaram em 203 mortes, o que representa 42%.