Após a conclusão parcial de um relatório produzido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ministro Luís Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça, apontou que a  “gestão caótica” dos valores vindos de acordos de delação e leniência firmados durante a operação Lava Jato teriam violado o dever de transparência por parte do ex-juiz Sergio Moro (Pode-PR), que hoje é senador pelo Paraná. Com o documento em mãos, o CNJ decidiu por abrir um processo disciplinar contra ele e demais integrantes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

Moro é suspeito de atuar na magistratura com “fins partidários” e autorizar o repasse de cerca de R$ 2 bilhões sem o “devido processo legal”. Nas redes sociais, Sergio Moro se manifestou afirmando que “no fantástico mundo da Corregedoria do CNJ, recuperar dinheiro roubado dos bandidos e devolver à vítima (Petrobras) é crime”.

Além dele, a juíza Gabriela Hardt, será investigada pelo repasse de verbas, ela atuou como substituta de Moro na 13ª Vara Federal em Curitiba.

O CNJ apontou ainda que há indícios de “demora na prestação jurisdicional” em um recurso protocolado pela Petrobras contra o repasse de R$ 43 milhões para o fundo penitenciário e ao Tesouro Nacional. Neste caso, os desembargadores Loraci Flores de Lima, João Pedro Gebran Neto e Marcelo Malucelli, também serão investigados por terem permanecido com o processo em seus gabinetes em uma espécie de ofício desde abril de 2022, paralisando o fluxo processual.

O TRF4 informou que não vai se manifestar sobre o assunto.