A partir desta terça-feira (15) os moradores de Paranaguá não precisam mais pagar para usar o transporte público da cidade. A tarifa que atualmente custa R$ 3,70 passa a ser gratuita para cerca de 40 mil pessoas.

A estimativa da Prefeitura do município é que a população economize em um ano R$ 78,2 milhões, com o não pagamento de duas tarifas diárias de ônibus.

Em vídeo publicado nas redes sociais da Prefeitura, a secretária de Serviços Urbanos, Christianara Folkuenig, afirma que adequações acontecerão no decorrer do processo, e por isso, rotas e horários não serão modificados neste primeiro momento.

Para ter acesso à tarifa gratuita os moradores da cidade precisam de um cartão específico. O cadastro é feito no Terminal Urbano de Paranaguá.

A isenção acontece mesmo com o reajuste de combustíveis anunciado pela Petrobras, que subiu o diesel em 24,9% e a gasolina em 18,8%. Por causa do valor dos combustíveis, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos de Paranaguá avalia que deverá crescer em 30% a busca pelo transporte público gratuito.

Quatro Barras

Já em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a partir do dia 21 de março os moradores também vão poder usar o transporte coletivo gratuitamente. A medida vale para a circulação dentro da cidade, não considerando linhas de ônibus que fazem integração com Curitiba e outras cidades da RMC.

A isenção do valor da passagem é possível por conta da assinatura de um Termo de Cooperação entre Prefeitura de Quatro Barras e o Governo do Estado, por meio da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), que prevê a divisão do subsídio tarifário entre o Estado e o município.

O presidente da Comec, Gilson Santos, diz que esse é um projeto-piloto e que deve ser estendido para outras cidades da Região Metropolitana.

De acordo com o arquiteto e urbanista Carlos Hardt, medidas de gratuidade da passagem de ônibus são positivas para melhoria da mobilidade urbana das cidades, mas outras questões devem ser levadas em conta, como o orçamento do município.

O especialista destaca que a política da gratuidade é importante para a dinâmica das cidades que já estão com um sistema de transporte público mais organizado.

O incentivo é positivo, destaca Carlos Hardt. Mas a intenção deve ser avaliada, para que não seja apenas uma decisão de fundo político.

No final do ano passado, em Araucária, também na RMC, a prefeitura anunciou a redução da tarifa do transporte coletivo, passando de R$ 1,90 para R$ 1,70.

Por outro lado, em Curitiba, a tarifa subiu dos R$ 4,50 para os R$ 5,50.

Recentemente, o presidente da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto, em participação na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), disse que o custo mais baixo em Araucária reflete justamente na tarifa de Curitiba, por conta da integração do transporte coletivo, e que a realidade de muitos municípios da Região Metropolitana é bem diferente da realidade da capital paranaense.