A operação tem o objetivo de reprimir a atuação de uma suposta organização criminosa responsável por invadir imóveis em Pontal do Paraná, no Litoral do Estado. As investigações conduzidas pelo Ministério Público e pela Polícia Militar do Paraná apontaram que o grupo, além das invasões, fazia a divisão irregular de terrenos na região litorânea, os suspeitos também são acusados de destruição de áreas de preservação ambiental, entre outros crimes. Ao todo foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva. Segundo o MP, um dos investigados está foragido.

A investigação do Ministério Público foi conduzida pela Promotoria de Justiça da comarca e concluiu que os criminosos atuavam há vários meses na cidade de Pontal do Paraná, onde comercializavam terrenos de maneira irregular, localizados em área invadida, que faz parte do ecossistema da Mata Atlântica. Segundo o MP, os investigados possuem armas e munição. Além disso, desmataram diversos trechos de floresta e instalaram pontos irregulares de água e energia elétrica, popularmente conhecidos como “gatos”. Durante o cumprimento dos mandados, os policiais apreenderam documentos, armas de fogo e motosserras.
A operação conjunta teve a participação de 102 policiais e diversas viaturas da Polícia Militar do Paraná. As investigações também contaram com o apoio da Força Verde, Polícia Civil, Secretarias Municipais de Meio Ambiente e de Segurança Pública de Pontal, além da Copel e da Sanepar.
O Promotor de Justiça, Edson Ricardo Scolari Filho, falou como foi a operação, todo o aparato envolvido, os materiais apreendidos e quais os próximos passos da investigação, que vai oferecer denúncia contra os suspeitos.

Scolari Filho também comentou sobre outra investigação de loteamento clandestino, que começou em novembro de 2020, no bairro Pontal do Sul, também no município de Pontal do Paraná. Na ocasião, a Promotoria de Justiça da comarca apresentou denúncia contra 49 suspeitos. O Ministério Público alegou que todos os investigados foram responsáveis pela invasão e divisão de lotes de um imóvel público, que pertence à cidade de Pontal do Paraná. A região invadida pelo grupo e transformada em loteamento está em área de preservação ambiental, do Bioma Mata Atlântica. Antes da ocupação irregular a floresta estava praticamente intacta, o que foi comprovado com a apresentação de imagens aéreas anexadas ao processo, nas quais demonstraram que os denunciados já haviam destruído um trecho extenso da vegetação.

De acordo com o Ministério Público, os suspeitos vão responder pelos crimes de associação criminosa, invasão de imóvel público, parcelamento irregular do solo urbano, desmatamento do Bioma Mata Atlântica, furto de energia elétrica e água encanada e também corrupção de menores. As penas somadas, em caso de condenação, podem chegar a 26 anos de prisão.