A conclusão está em um relatório do Ministério do Trabalho e Emprego que analisou as causas da explosão de um silo, em Palotina, no Oeste do estado. O acidente aconteceu na unidade central de recebimentos de grãos da C.Vale Cooperativa Agroindutrial, em 26 de julho do ano passado, e deixou 20 vítimas. Dez pessoas morreram. Outras dez ficaram feridas e conseguiram se recuperar.

O parecer apontou que o acúmulo de poeira, gerado pela movimentação dos grãos nos silos, criou um ambiente que favoreceu a explosão. Contudo, segundo o MTE, não foi possível definir as causas da explosão, que pode ter sido provocada por uma faísca em razão de atrito ou por uma fonte de fogo.

O relatório foi enviado para a Advocacia Geral da União (AGU) e para o Ministério Público do Trabalho (MPT), que na época da explosão abriu uma investigação para apurar as circunstâncias e as causas do acidente. A partir de agora, com o documento elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o Ministério Público do Trabalho define se cabe uma ação civil pública para responsabilizar a cooperativa pelo acidente, como explicou o advogado trabalhista Rafael Galle, do escritório GMP&GC Advogados Associados.

Rafael Galle também falou sobre as responsabilizações que podem ser atribuídas à cooperativa.

A explosão aconteceu há mais de sete meses e o inquérito ainda não foi concluído.
A explosão do silo deixou dez mortos, entre eles oito haitianos e dois brasileiros.

Em nota, a Polícia Civil informou que segue investigando o caso e aguarda laudos periciais da Polícia Científica que auxiliarão na conclusão do inquérito policial.

A CBN Curitiba entrou em contato com a Polícia Científica para saber se há uma previsão de conclusão desses laudos, mas até o fechamento dessa reportagem não houve retorno.

Por meio de nota, a C.Vale informou que tomou conhecimento do relatório de análise de acidente de trabalho, expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, e alegou que o documento foi elaborado com base em coleta de dados e informações de forma unilateral pelos auditores do órgão. A C.Vale ressaltou que não houve possibilidade de defesa por parte da cooperativa e que o relatório não apontou de forma conclusiva as causas do acidente, o que deve constar em um laudo de investigação por parte da Polícia Cientifica.

Por fim, a C.Vale disse que tem cumpre todas as normas relativas à segurança e à saúde dos seus trabalhadores, além de prestar apoio aos colaboradores atingidos pelo incidente e também aos familiares das vítimas.

O caso

Na tarde do dia 26 de julho de 2023, foram registradas várias explosões em um silo de secagem de grãos da cooperativa C.Vale. Segundo o Corpo de Bombeiros, havia mais de 10 mil toneladas de milho no armazém de grãos, que era um grande reservatório utilizado para armazenar produtos agrícolas.

Casas localizadas próximo à cooperativa C.Vale sentiram o tremor causado pelas explosões e algumas ficaram danificadas.

As explosões foram registradas por diversas câmeras de segurança no entorno da cooperativa.