O Ministério da Saúde (MS) publicou uma Nota Técnica sobre o uso de testes rápidos para diagnóstico de dengue. Segundo a pasta, o documento foi elaborado para orientar os órgãos de saúde estaduais e municipais sobre a utilização desses exames, que contribuem para um número mais preciso de casos e assim evitar as subnotificações.

Camila Ahrens, infectologista do Hospital São Marcelino Champagnat, falou que o teste é uma ferramenta valiosa para o diagnóstico precoce e preciso, além de essencial para o tratamento eficaz e a prevenção da progressão para formas mais graves da doença. A médica disse que o teste é feito com uma pequena amostra de sangue do paciente.

Segundo o documento do Ministério da Saúde, para diagnóstico fora do ambiente laboratorial estão disponíveis ensaios imunocromatográficos, conhecidos como testes rápidos, amplamente utilizados para detecção do antígeno e de anticorpos. Esses exames são de simples execução e, em sua maioria, o resultado é obtido em aproximadamente 20 minutos.

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O Ministério da Saúde informou que as compras dos testes já começaram e após essa etapa inicia a distribuição aos estados e municípios. O teste RT-PCR, amplamente utilizado durante a pandemia da Covid-19 para detecção da doença, é mais sensíveis na identificação do vírus. Porém, com a elevação acelerada do número de casos de dengue em todo o país, o Ministério da Saúde decidiu recomendar teste rápido para o diagnóstico de dengue com a devida orientação aos profissionais de saúde dos estados e dos municípios.

Marcelo Ducroquet, infectologista e professor de Medicina da Universidade Positivo, falou sobre os benefícios e as limitações do teste rápido.

Nos casos de resultado negativo, a orientação é para que o paciente seja monitorado e o médico deve recomendar ações, como a hiper-hidratação.

O infectologista ressaltou que, mesmo com algumas desvantagens, o teste é muito útil, já que o diagnóstico de dengue não é possível ser feito apenas por meio de um exame clínico feito pelo médico.

Segundo o Ministério da Saúde, para casos graves e mortes suspeitas por dengue, a orientação é que permaneça o monitoramento e a realização de exame laboratorial, pois o teste rápido apresenta algumas limitações, como a incapacidade de rastrear o sorotipo de dengue que causou o agravamento do quadro ou a morte do paciente.

Desde que começou o novo período epidemiológico da dengue, em agosto de 2023, o Paraná confirmou mais de 90 mil casos da doença e 49 mortes, conforme o boletim da dengue, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), nesta terça (12).