O mercado imobiliário vertical de Curitiba encerrou o segundo trimestre de 2025 com sinais de valorização, sustentados pela redução no estoque de imóveis e pela boa velocidade de vendas. Um levantamento da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) aponta que o número de unidades disponíveis caiu 12% em um ano, passando de 10,9 mil para 9,5 mil.
A redução da oferta tem reflexo direto nos preços. O valor médio do metro quadrado privativo apresentou crescimento de 15,4% em 12 meses, enquanto o volume de vendas de apartamentos aumentou 5% no mesmo período. Parte desse movimento é explicada pela desaceleração nos lançamentos.
No primeiro semestre de 2025, houve queda de 47% em relação ao mesmo período de 2024, indicando foco das incorporadoras na absorção do estoque existente. Essa dinâmica manteve a velocidade de vendas em um patamar considerado confortável, de 31%.
Apesar da retração momentânea nos lançamentos, os indicadores apontam para uma retomada na segunda metade do ano. O volume de alvarás de novas incorporações verticais cresceu 22% no semestre em comparação com 2024, sugerindo maior número de empreendimentos chegando ao mercado nos próximos meses.
O movimento de valorização também reflete pressões de custo enfrentadas pelo setor desde a pandemia. A elevação nos preços de insumos, terrenos e de toda a cadeia da construção encareceu o processo para incorporadores e construtores, sem que fosse possível repassar integralmente esse aumento ao consumidor nos últimos anos. Agora, o aquecimento do mercado favorece a recomposição do valor dos imóveis.
A redução nos lançamentos também foi influenciada pelo aumento da taxa de juros, que subiu de forma agressiva nos últimos anos. Como os projetos imobiliários têm ciclo longo, muitas vezes de 18 a 24 meses até a entrega, os efeitos da política monetária demoram a aparecer nos números. O presidente da Ademi-PR, Thomas Gomes, comentou o panorama.
Curitiba lança novos projetos
Em meio a esse contexto, Curitiba também recebe novos projetos de alto padrão. Na região do Cabral, o empreendimento Piemonte Alberi foi lançado com proposta voltada à integração com a natureza. A diretora de incorporações e novos negócios da Piemonte, Silvia Soares, destacou a escolha do local.
Localizado em uma rua tranquila e cercado por área verde preservada, com mais de 40 espécies no terreno, o projeto oferece apartamentos de três e quatro suítes, a partir de 152 metros quadrados, reforçando o perfil de valorização e sofisticação do mercado curitibano.
Outro projeto lançado em Curitiba, viabilizado pela Construtora Equilíbrio, se destaca pela proximidade com o Jardim Botânico. O empreendimento conta com apartamentos de 100 a 147 metros quadrados, com até três suítes, além de coberturas que chegam a 228 metros quadrados.
Alinhado às tendências, o projeto procura atender diferentes perfis de moradores e estilos de vida. O local oferece espaço para coworking, academia com vista panorâmica, salão de festas, sports bar, miniquadra e espaço zen. A diretora de incorporações, Anna Paula Araújo, apontou o potencial do segmento.
Com a sinalização de arrefecimento dos juros e um cenário político mais previsível, há expectativa de um ambiente mais positivo para os próximos meses. Segundo a associação que representa o segmento, historicamente, o segundo semestre já se mostra mais favorável para o setor, e 2025 não deve ser diferente.
O mercado local trabalha com planejamento de longo prazo, antecipando os ciclos de alta e queda dos juros para adequar os lançamentos e garantir sustentabilidade. Essa leitura cautelosa é fundamental diante das incertezas do cenário macroeconômico, ainda marcado por inflação elevada e custos de financiamento pressionados.
