A retratação sobre o xingamento a um paciente depois a procura por atendimento por uma infecção urinária, numa unidade de emergência de Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba, foi publicada pela médica Mariana de Lima Alves, ontem a noite. Segundo o texto, as postagens aconteceram num momento de estresse e cansaço. A plantonista também disse atender bem todos os pacientes e amar a profissão que exerce há oito meses.

Ainda de acordo com a justificativa dela, o desabafo foi feito no sentido de que pessoas com sintomas que deveriam ser tratados em consultórios e serviços ambulatoriais, acabam gerando fila e risco para pessoas em situações de urgência e emergência.

O Conselho Regional de Medicina do Paraná abriu sindicândia interna para apurar as denúncias. A investigação corre sob sigilo. O médico que coordena a Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame), Afrânio Bernardes, relata que esse não é um caso isolado. Muitos profissionais médicos tem usado as redes sociais de forma indevida e isso tem sido motivo de preocupação e orientação dentro da entidade.

Afrânio Bernardes explica que existe até um setor específico para tratar desses assuntos.

O uso da tecnologia a favor da medicina tem sido amplamente apoiado, mas é preciso separar a vida profissional da vida pessoal.

Uma questão que não muda, é o sigilo médico, desde o início dos tempos da profissão, segundo Afrânio.

Mesmo tendo pedido desculpas sobre a publicação, a médica seguirá afastada dos plantões na unidade 24 horas em Almirante Tamandaré, até que o caso seja esclarecido. Por meio de nota a prefeitura informou que a profissional é terceirizada e que nunca foi alvo de reclamações dos pacientes que atendeu. A prefeitura esclareceu que desconhecia o comportamento dela nas rede sociais.