Luiz Geraldo Mazza falou nesta quinta-feira (24) sobre o projeto do governo Ratinho Junior para a venda de parte da Companhia Paranaense de Energia – “um texto mal explicado”, na avaliação do comentarista.
Mazza destacou a modalidade de votação acelerada na Assembleia Legislativa, com maioria governista, o polular “tratoraço”, que era também com frequência utilizada no governo Beto Richa.
O comentarista da CBN Curitiba fez um resgate histórico da tentativa de privatização da Copel há 21 anos, no governo Jaime Lerner, quando a Casa foi ocupada por estudantes e integrantes de movimentos sociais em defesa da estatal de energia. Em agosto de 2001 foi votado pelos deputados o projeto de iniciativa popular que pretendia impedir a chamada desestatização da empresa.
O texto foi elaborado a partir do Fórum Popular Contra a Venda da Copel, que reuniu 426 entidades. A organização foi responsável por coletar 138 mil assinaturas que dariam origem ao projeto popular.
Mesmo com a pressão, o texto que impedia que a privatização fosse autorizada acabou derrubado, em votação apertada, com a diferença de apenas um voto, 27 × 26.
Depois da conclusão da discussão na Alep, à época, foram registradas quase 100 ações na Justiça na tentativa mudar a decisão no legislativo, o que não aconteceu.
No entanto, a Companhia não chegou a ser privatizada por falta de compradores em duas tentativas ainda em 2001. Em janeiro do ano seguinte, Lerner anunciou a desistência da venda, alegando mudança na política do setor energético e a instabilidade econômica mundial após os atentados às torres gêmeas, nos Estados Unidos, em 11 de setembro. Ouça:
Por: Andressa Tavares