Infelizmente os relatos que envolvem maus tratos de crianças, são frequentes. Dar voz aos pequenos e defender os seus direitos, são ações que podem ajudar a salvar vidas. Qualquer cidadão pode e deve denunciar esse tipo de crime.

Em março de 2021, a morte do menino Henry Borel, de quatro anos, ganhou os noticiários do país. Espancado pelo padrasto, o vereador Dr. Jairinho, com omissão da mãe, a professora Monique Medeiros, o garoto não resistiu. Em janeiro deste ano, em Cianorte, no noroeste do Paraná, uma mulher de 19 anos teve a prisão preventiva decretava por suspeita de agressão ao próprio filho, um bebê de dois meses.

A criança foi internada em estado grave com uma fratura na costela, perfurações no fígado, lesões na cabeça e hematomas nos olhos. Nesta quarta-feira (8), um casal foi preso por agredir um bebê de 17 dias, em Cruzeiro do Oeste, também no interior do estado.

O pequeno foi internado em estado grave na terça-feira (7) em uma UTI de um hospital da região, com fraturas nas costelas e hematomas pelo corpo. Casos assim não são raros. A delegada do Nucria, Nucleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítmas de Crimes, Ellen Victer traça um perfil dos pais agressores.

Geralmente, os crimes são cometidos por pessoas próximas. Ellen conta quais canais de denúncia podem ser usados para comunicar esse tipo de situação.

A delegada lembra que o Brasil é conhecido pela subnotificação dos casos. As escolas e instituições médicas tem a obrigação legal de ajudar nessa tarefa de identificação dos agressores, por meio de denúncias feitas a partir da observação das vítimas nestes ambientes.

A delegada do Nucria faz um alerta à toda sociedade. De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, a faixa etária mais atingida pelos maus tratos está nas crianças de zero a nove anos. O mapa da violência mostra que 62% dos registros são contra esse público.

No Brasil, após o estupro, os maus-tratos são o tipo de crime contra crianças e adolescentes com maior número de registros em boletins de ocorrência. Em 2022, o Anuário compilou quase 20 mil casos com vítimas entre 0 e 17 anos cometidos nas 27 Unidades da Federação.