Pelo menos 9 mil pessoas estão em situação de rua no Paraná. O dado é da Defensoria Pública do Paraná e utiliza como base as informações do chamado Cadastro Único, registro que permite ao governo saber quem são e como vivem as famílias de baixa renda no Brasil. Mas, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, o Ipea, só 47% das pessoas nestas circunstâncias estão contempladas no Cadastro.

Baseado nesses números, a Defensoria Pública enviou à Organização das Nações Unidas um informe que relata uma série de violações de direitos da população de rua. Os relatos foram encaminhados para a Revisão Periódica Universal, um mecanismo de avaliação e monitoramento da situação dos direitos humanos em todos os países integrantes da ONU.

Segundo o Coordenador do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos, da Defensoria Pública, Antônio Vitor Barbosa de Almeida, são várias as violências que essa população recebe.

Os relatos foram pesquisados e formulados com base em casos ocorridos entre 2017 e 2022. Juntas, elas relataram violações que vão desde violência física sofrida pelas pessoas em situação de rua, passando por agressões morais, verbais e subtração de pertences até retrocessos na área de direitos e ausência de programas habitacionais que sejam direcionados para esta parte da população.
Para o assessor jurídico do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos, da Defensoria Pública, Matheus Mafra, um dos principais problemas está na falta de políticas habitacionais para essa população.

A subtração de pertences dos moradores de rua, como cobertores, colchões, documentos pessoais e outros objetos, também foi relatada a ONU. Segundo a Defensoria Pública essa é uma prática recorrente que viola o direito da população em situação de rua.