Fernanda Rosa é presidente do Instituto Anjo Azul, organização que apoia famílias de autistas. Ela participou da manifestação pacífica que saiu da Assembleia Legislativa e seguiu até a frente do prédio, na Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico, com faixas e cartazes em defesa da inclusão. O protesto foi marcado para denunciar multas aplicadas pelo condomínio ao odontopediatra Edson Higa porque as crianças especiais atendidas por ele choram muito durante os procedimentos. Fernanda lamenta a postura da administração do prédio.

A multa aplicada é de R$322,00 e nem mesmo o isolamento acústico feito pelo profissional evitou novos constrangimentos. A mãe de uma garotinha que tem paralisia cerebral e usa cadeira de rodas, não pode estacionar na garagem do edifício para tirar a criança do carro. Chovia e a menina acabou tendo que ser carregada no colo até o consultório, porque não foi permitido nem o desembarque rápido em uma das vagas. A advogada Hanna Baptista, entrou com uma ação na justiça contra o condomínio.

A mãe da pequena Isadora, de 6 anos, que teve poliomielite e ficou com sequelas, denuncia a discriminação. Segundo ela, as pessoas olham torto quando uma criança especial chora e nem todos os profissionais aceitam atender pacientes que exigem mais cuidados.

A ativista Sandra Mara do Prado não vê lógica na alegação de que o regimento interno do condomínio foi descumprido, porque segundo ela, há legislação superior que deve ser respeitada.

A advogada Luci Gomes de Jesus sugere fiscalização dos órgãos competentes no prédio, para que as regras de acessibilidade sejam cumpridas.

O odontopediatra Edson Higa, já encaminhou reclamação ao Ministério Público do Paraná pedindo providências. Abalado, ele diz que as represálias já duram meses e que agora, espera receber apoio legal.

Nossa equipe tentou contato com a administração do Condomínio Centro Comercial Cândido de Abreu, mas foi informada de que ninguém iria falar sobre o assunto.