As concessões rodoviárias para os lotes 1 e 2 poderão acrescentar R$ 27 bilhões na economia do Paraná até 2054. Os dados são de uma projeção do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

A análise leva em consideração os investimentos que serão aplicados ao longo dos 30 anos pelas concessionárias nas rodovias estaduais e federais. R$ 19 bilhões – ou 70% do valor total – deve corresponder dos efeitos diretos e indiretos dos investimentos na malha viária. O montante considera as atividades econômicas, como o agronegócio, a indústria e o turismo.

O economista, Hugo Meza, explica que o calculo faz parte de uma projeção que considera quais seriam os impactos na efetividade de alguns setores, considerando o investimento injetado na economia.

Os outros R$ 8 bilhões, equivalentes a 30% do impacto estimado, dizem respeito ao chamado efeito renda dos investimentos. O valor representa a conversão em consumo da renda obtida pelos envolvidos no programa como, por exemplo, o consumo de bens e serviços pelos trabalhadores das concessionárias, beneficiando atividades aparentemente sem vínculos com as obras, como os ramos de alimentação e o comércio em geral.

A equipe técnica da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estima que o Lote 1 deverá gerar quase 82 mil empregos diretos, indiretos e aqueles gerados pelo efeito-renda, enquanto outros 110 mil empregos devem resultar do segundo lote de concessões.

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A estimativa é de que, para cada R$ 1 milhão de aumento na oferta de serviços de transporte, o PIB paranaense seja incrementado em R$ 544 mil.

O estudo levou em consideração apenas os dois primeiros lotes licitados e contratados. O primeiro lote engloba 473 quilômetros das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427 que passam por Curitiba e Região Metropolitana, Centro-Sul e Campos Gerais.

O contrato prevê a implementação de 344 quilômetros de duplicações, 215 quilômetros de faixas adicionais, 32 quilômetros de vias marginais, 27 quilômetros de ciclovia, 63 viadutos e trincheiras, além de passarelas, passagens de faunas e outras obras.

O segundo trecho envolve 605 quilômetros das rodovias BR-153, BR-277 e BR-369 e das estaduais PR-092, PR-151, PR-239, PR-407, PR-408, PR-411, PR-508, PR-804 e PR-855 em trechos que passam por Curitiba, Litoral, Campos Gerais e Norte Pioneiro. O contrato inclui a duplicação de 350 quilômetros, instalação de 138 quilômetros de faixas adicionais, 73 quilômetros de vias marginais e 72 quilômetros de ciclovias. Serão ainda 107 novos viadutos, 52 passarelas, 35 pontos de correção de traçado e oito passa-faunas.

No total, as novas concessões abrangem 3,3 mil quilômetros todo o Paraná divididas em seis lotes. O investimento total estimado para as próximas três décadas soma mais de R$ 50 bilhões em melhorias e ampliação da malha rodoviária.