O lançamento irregular de óleo de cozinha na rede coletora de esgoto é a principal causa de entupimento na tubulação da Sanepar em Curitiba, afirma a empresa. Em 2023, do total de obstruções, 51,26% foram causadas por gordura, com o registro, em média, de 682 por mês ou 22 por dia. A desobstrução nesses casos teve um custo de R$ 2,35 milhões, em todo o ano passado, na Capital.

O lançamento de gordura na rede pode ocorrer com o despejo direto de óleo usado nos ralos das pias das cozinhas ou pela falta da caixa de gordura nos imóveis, que têm a função de reter esse material e impedir que siga pela tubulação.

A caixa de gordura é item obrigatório nos imóveis, conforme lei municipal Lei 13.634/2010, de Curitiba. Deve ser instalada na saída da água utilizada na pia e na máquina de lavar louças e antes de chegar à rede pública de esgoto. Os resíduos retidos precisam ser removidos manualmente de forma periódica.

Para combater o problema, segundo a empresa, nos últimos anos, a Sanepar intensificou as vistorias técnicas nas ligações de esgoto dos imóveis, com orientações para moradores e donos de restaurantes sobre o uso correto da rede. A falta da caixa de gordura é a principal irregularidade. Nesse caso, o morador é notificado a fazer a instalação do equipamento e evitar a aplicação de multa.

As medidas levaram a uma diminuição de obstruções causadas por óleo na rede. Na última década, a Sanepar registrou uma queda no número dessas ocorrências em Curitiba. Em 2013, a média mensal era de 1.730 casos.

Segundo a Sanepar, o óleo de cozinha se solidifica na tubulação, causando entupimento. A obstrução da rede pode fazer com que o esgoto extravase e até mesmo volte para dentro dos imóveis. A empresa reforça que “usar corretamente a rede é uma atitude de preservação ambiental. Em Curitiba, 98% dos imóveis têm acesso à rede coletora. É um dos melhores índices do país, mas é fundamental que a população faça uso correto desse sistema”.