Foram condenadas à prisão, 14 pessoas denunciadas pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), entre advogados, contadores e funcionários da Justiça. Os crimes envolvem corrupção passiva, lavagem de dinheiro e apropriações indébitas de indenizações pagas a pescadores prejudicados por dois acidentes ambientais ocorridos em 2001 no Litoral do estado. A sentença foi assinada pelo juiz Leonardo Marcelo Mounic Lago, da 1ª Vara Criminal de Paranaguá, na última sexta-feira (05). As penas aplicadas variaram de 4 a 22 anos de reclusão, de acordo com o envolvimento de cada um nos crimes.

A decisão responde a uma denúncia do MPPR de 2014, que partiu da Operação Tarrafa, que apurou os crimes praticados. As investigações incluíram diversos mandados de prisão e de busca e apreensão cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). As apurações comprovaram que os crimes foram praticados pelos envolvidos nas dependências do Fórum de Paranaguá. Ao todo 19 pessoas estavam sendo julgadas. Cinco foram absolvidas e um dos envolvidos teve o crime prescrito.

Um dos condenados no processo é o advogado criminal, Claudio Dalledone. A sentença determina 11 anos, 1 mês e 23 dias de prisão, além do pagamento de multa no valor de R$ 14.238,00. A sentença diz que ele poderá recorrer em liberdade, mas como medida cautelar há a necessidade do uso de tornozeleira eletrônica. Em coletiva de imprensa na última sexta-feira (05) ele afirmou que é inocente e que vai recorrer da decisão.

As indenizações devidas aos pescadores tiveram origem em dois acidentes ocorridos em 2001: o vazamento de óleo do Poliduto Olapa, e o vazamento de nafta, componente químico derramado pelo navio Norma, em outubro. Os incidentes obrigaram os pescadores a deixar de trabalhar por longos períodos, o que levou a Justiça a determinar o pagamento de indenizações aos prejudicados.