O delegado da Polícia Civil, Erik Busetti, foi condenado a 38 anos, 10 meses e 18 dias de prisão pelo assassinato da esposa Maritza Guimarães de Souza e da enteada, cometido em 2020, em Curitiba. O Júri realizado na capital durou quase cinco dias. A principal tese da defesa tentava retirar a qualificadora de feminicídio, já que o crime de homicídio foi filmado por câmeras de segurança e confessado inicialmente pelo réu. A juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, responsável pelo caso, leu a decisão do conselho de sentença no início da madrugada desta sexta (5).

Já as qualificadoras de motivo torpe e por cometer o crime na frente da filha mais nova foram recusadas.

Erik Busetti afirmou à juíza que a discussão que deu início ao crime, começou após ele questionar a enteada se a mãe dela tinha outro relacionamento. Após uma discussão, ele agrediu a jovem. O delegado disse que o casal estava separado, com possibilidade de voltar.

O condenado ainda disse que Maritza estaria o gravando com um celular, exaltada. Depois, quando a esposa o aborda, ele pega a arma e efetua os disparos. Para a magistrada, ele disse não se lembrar da presença da adolescente no momento dos tiros.

Nas imagens das câmeras de segurança internas da residência é possível ver o momento em que o delegado agride a jovem e depois a esposa Maritza chega. Na sequência, ele dispara contra as duas, que caem no chão abraçadas. Segundo as investigações, foram sete tiros contra a esposa e seis contra a enteada.

A promotora do Ministério Público do Paraná (MPPR), Roberta Massa, afirma que a condenação foi satisfatória.

Conforme o Portal da Transparência, Erick recebia mensalmente um salário bruto de R$ 26.762,70 pela função de delegado de polícia. Os pagamentos devem cessar de imediato, segundo a sentença.

O advogado de defesa, Giovanni Moro, explicou que Erik já cumpriu parte da pena de 38 anos enquanto aguardava o julgamento e que haverá recurso sobre a dosimetria e também sobre a definição da perda do cargo de delegado.

A filha de Erik e Maritza atualmente com 12 anos, está sob a guarda dos avós paternos e deverá ser informada sobre a realidade dos fatos que causaram a morte da irmã e da mãe e a prisão do pai.

A assistente de acusação e advogada da família de Maritza, Thaise Mattar Assad, pontuou que os familiares veem a sentença como a Justiça sendo feita.