O Júri Popular do delegado Erik Busetti, acusado de matar a tiros a esposa e a enteada dentro de casa, foi adiado nesta segunda-feira (8). A juíza Michelle Pacheco Stadler, responsável pelo julgamento, definiu que a sessão será adiada para os dias 1º, 2 e 3 de julho, em razão de um pedido da defesa.
O acusado por duplo feminicídio com mais duas qualificadoras deveria ser julgado nesta segunda, mas, de acordo com a defesa de Erik, imagens foram anexadas no processo na última sexta-feira (5), sem que houvesse tempo hábil para a análise.
O advogado Cláudio Dalledone, que defende o acusado, disse que os vídeos e fotos são importantes para comprovar o relacionamento do acusado com as vítimas.
A promotora do Ministério Público do Paraná, Ticiane Pereira, afirmou que o Ministério Público do Paraná concordou com o adiamento para não correr o risco de anulação do Júri por algum tipo de cerceamento da defesa.
De acordo com a juíza, nas imagens do HD constam vídeos da câmera espiã e do circuito externo e interno da residência da família. A defesa também pediu exames complementares de necropsia que não teriam sido anexados ao processo.
Para a advogada Louise Mattar Assad, assistente de acusação, o processo deve terminar com a condenação do acusado, independente do adiamento do julgamento.
Valquiria Gil Tasque, presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (SINCLAPOL), entidade que se manifestou com faixas e cartazes pedindo justiça por Maritza em frente ao tribunal, afirmou que o adiamento causou revolta para todos.
Relembre o caso
O delegado Erik Busetti, de 49 anos, é acusado por duplo feminicídio, além de qualificadoras como motivo torpe e dificultar a defesa da vítima. O policial civil é acusado de matar em 2020 a esposa Maritza Guimarães de Souza, de 41 anos, que também atuava na Polícia Civil, e a filha dela, de 16 anos, dentro de casa no bairro Atuba. A ação foi gravada por câmeras de segurança internas da residência, instaladas pelos próprios moradores.
As investigações apontaram que Erik disparou sete vezes contra a esposa e seis contra a enteada, além de ter agredido a jovem. O motivo estaria relacionado com um possível término do relacionamento de mais de dez anos. Uma filha do casal, que na época tinha 9 anos, estava dormindo no quarto ao lado e ouviu os disparos. Ela foi levada para a casa de vizinhos pelo delegado, antes que ele se entregasse à polícia.
Erik Busetti está preso desde que foi detido em flagrante no dia do crime. Ele chegou a confessar que cometeu os assassinatos para dois policiais militares que atenderam a ocorrência, conforme a acusação do Ministério Público do Paraná (MPPR), mas permaneceu em silêncio durante o interrogatório na delegacia.