O segundo dia do julgamento de Erik Busetti, delegado da Polícia Civil acusado de matar a esposa e a enteada a tiros em Curitiba, em 2020, começou por volta das 10h nesta terça-feira (2). A primeira pessoa a ser ouvida foi uma vizinha do casal, que falou como testemunha de defesa.

No primeiro dia, três testemunhas de acusação foram ouvidas. O acusado responde por duplo feminicídio, por motivo torpe, impossibilidade de defesa das vítimas e crime cometido na presença de ascendente. A assistente de acusação, Louise Mattar Assad, defendeu a condenação.

Nesta terça (2), são ouvidas as testemunhas da defesa. A expectativa é de que o julgamento termine na quarta-feira (3). A defesa do delegado apontou que ele não deve responder por feminicídio. O advogado Renan Canto, que representa Busetti, indicou qual a perspectiva.

O assassinato foi filmado por câmeras de segurança instaladas dentro do imóvel. O delegado agrediu a enteada, de 16 anos, e, na sequência, disparou sete tiros contra a esposa, Maritza Guimarães de Souza, de 41 anos, e seis contra a jovem.

Uma filha do casal, de 9 anos, estava no imóvel no momento do crime e teria ouvido os disparos. A advogada que representa a acusação disse por que o pai da jovem assassinada e a irmã de Maritza foram dispensados de serem ouvidos.

Erik Busetti segue preso desde a data do crime. Após os assassinatos, ele deixou a filha com vizinhos e se entregou à polícia. Para militares, ele disse que matou a esposa e a enteada, mas ficou em silêncio no interrogatório. A defesa procura evitar que ele pegue a maior pena possível.

Até o final da manhã, a segunda testemunha de defesa estava sendo ouvida. Ao todo, serão 10. O julgamento era para ter acontecido em abril, mas foi adiado a pedido da defesa. O júri popular conta com sete jurados que irão avaliar se o acusado é ou não culpado pelos assassinatos e quais as qualificadoras do crime.