O Ministério Público Federal (MPF) solicitou que o inquérito policial que investiga um possível sequestro e atentado contra a vida do ex-juiz e atual senador Sérgio Moro (União Brasil) e de um promotor de Justiça fosse arquivado. A juíza federal Gabriela Hardt, substituta da 9ª Vara Federal de Curitiba negou o pedido. A justificativa do MPF foi de que o inquérito policial investiga extorsão mediante sequestro, mas como o crime não chegou a acontecer, não seria punível.

Na decisão, a juíza revelou que a extorsão mediante sequestro não foi o único crime exposto na investigação e que “a finalidade do inquérito policial é justamente a apuração dos fatos que configurem uma infração penal”. Gabriela ainda citou a operação Sequaz, realizada pela Polícia Federal onde nove pessoas foram presas por serem suspeitas de integrar o grupo da facção que orquestraria o ataque. De acordo com a juíza, a PF ainda faz análises dos materiais apreendidos.

No despacho ela afirma que “a operação policial foi deflagrada há menos de uma semana, de modo que as lacunas porventura existentes poderão ser esclarecidas pelos elementos de informações que já foram e também por aqueles que ainda serão colhidos”.

O plano contra Moro, segundo a PF, estava sendo preparado há, pelo menos, seis meses. Em Curitiba, criminosos alugaram cinco imóveis para monitorar os passos do senador. Segundo o político, o plano do sequestro foi uma retaliação de integrantes de uma facção criminosa por uma decisão tomada, enquanto ele ainda era ministro, que restringiu visitas em presídios federais. O caso está sob sigilo. A reportagem aguarda respostas do MPF sobre a decisão.