O juiz federal Eduardo Appio, que estava afastado do cargo após denúncias de infrações disciplinares na 13ª Vara Federal de Curitiba, onde funcionava a Operação Lava Jato, firmou um acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele era responsável pelos processos, após a saída da juíza Gabriela Hardt. O teor do acordo teria a admissão da conduta imprópria por parte do juiz.

No entanto, não há detalhes sobre o teor da assunção da culpa. Appio é acusado de fazer uma ligação em tom ameaçador para João Malucelli, filho do desembargador Marcelo Malucelli, que é sócio do ex-juiz Sergio Moro. Ele também é apontado por utilizar uma senha fazendo menção a vitória do presidente Lula nas eleições de 2022, em um de seus acessos do sistema do tribunal.

Em maio deste ano, o Conselho do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu afastar o juiz, atendendo à representação do próprio desembargador Malucelli. Em setembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli anulou a suspeição de Appio e suspendeu a tramitação do processo disciplinar contra ele no TRF4.

Ainda em setembro, o corregedor-geral de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, levou ao CNJ o processo disciplinar. Com o acordo firmado, Eduardo Appio será transferido para a 18ª Vara Previdenciária da Justiça Federal do Paraná. O juiz não deve sofrer nenhuma sanção por conta deste caso.