Um indicador que revela se um país é desenvolvido ou subdesenvolvido é a chamada “produtividade”, conhecida como produtividade por hora trabalhada.

Em termos nacionais, a produtividade é calculada tomando-se o Produto Interno Bruto (PIB) de um ano dividido pelo total de horas trabalhadas pela população naquele ano.

Para comparar, o produto por hora trabalhada no Brasil equivale a apenas 20% do produto por hora trabalhada nos Estados Unidos. É uma diferença gigantesca.

Acompanhe a coluna na íntegra:

Nos últimos 40 anos, a taxa média de produtividade do trabalhador brasileiro cresceu apenas 0,6% ao ano, uma das mais baixas do mundo.

Na filosofia e na teoria econômica, um tema estudado é a “praxeologia”. Esse termo foi empregado pelo pensador Espinas, talvez pela primeira vez em 1890, e vem do grego práxis, que quer dizer prática, hábito, ação.

Um exemplo simples: vamos imaginar que duas camisas sejam totalmente iguais, feitas em duas fábricas distintas usando matérias-primas iguais. A primeira é fabricada em uma hora e a segunda é feita em duas horas.

Por óbvio, a produtividade na produção da segunda é metade da produtividade na produção da primeira, porque gasta o dobro das horas trabalhadas. Assim, o custo de produzir a segunda camisa será maior e o preço a ser pago pelo consumidor será também maior.

Essa introdução é para dizer que o Brasil tem sido ineficiente em termos do tempo que gasta para fazer determinado produto em comparação com outros países.

Por decorrência, um dos maiores problemas brasileiros é a baixa produtividade da indústria de transformação. As causas são várias e não há tempo para tratar delas neste comentário. Mas a mensagem que quero deixar é: ou o Brasil enfrenta esse problema da produtividade baixa, sobretudo no setor industrial, ou o país nunca chegará a ser desenvolvido.

Antes que alguém entenda mal: o problema da baixa produtividade industrial tem componentes restritivos que estão da porta da fábrica para fora, como o deficiente sistema de transporte, a precária estrutura portuária, a exagerada carga tributária embutida no preço da energia – que é muito alto, a baixa escolaridade média dos trabalhadores, a insuficiente qualificação profissional e, também, os hábitos e costumes nacionais.

Há muito o que examinar e entender sobre esse tema. Pense nisso!