No próximo sábado, dia 14 de janeiro, vai completar três meses dos bloqueios na BR-277, próximo ao Viaduto dos Padres no km 42, em Morretes, litoral do Paraná. No local, uma queda de barreira deixou parte da pista interditada.
Quase um mês depois, com o volume de chuvas intenso, deslizamentos de terra também ocorreram, mas entre os quilômetros 39 e 41.
Desde então os congestionamentos passaram a ser constantes. Veículos leves, caminhões e motos dividem o pouco espaço que resta no trecho. Atualmente, três das quatro faixas estão liberadas. A exceção é um trecho de 400 metros que segue em pista simples no km 41.
Mas, o questionamento é sobre as soluções. Quando as obras serão iniciadas e finalizadas? Quando as pistas serão liberadas? A CBN Curitiba buscou respostas. Foram várias tentativas com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e o Departamento de Estradas e Rodagens do Paraná (DER). Até o fechamento desta reportagem nenhum dos órgãos confirmou entrevista.
Diante de tantas tentativas com o DNIT e DER, a CBN Curitiba buscou a Agência Nacional Transportes Terrestres (ANTT). Por meio de nota o órgão informou que “fiscaliza as rodovias concedidas e o DNIT as rodovias federais públicas, que é o caso da BR-277. Sendo assim, as obras não estão sob jurisdição da Agência”. Mas, as respostas não foram dadas e a sugestão foi procurar o DNIT para mais informações.
Nesta semana o DER informou que segue trabalhando intensamente na obra emergencial de recuperação da encosta e que os trabalhos seguiram sem interrupções durante o recesso do fim de ano, inclusive nos feriados.
O DER/PR informou ainda que mantém análises e estudos geológicos para avaliação de risco e projetos de contenção de taludes. Já foram coletadas amostras do solo para ensaios de caracterização em laboratório, aerolevantamento através de dispositivos para obtenção de informações, além da instalação de um pluviômetro no km 41.
Um monitoramento que deveria ser constante para prevenir ocorrências do tipo, segundo o geólogo Abdel Hach, conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR).
O geólogo não descarta novos deslizamentos na região e lembra ainda que a chuva não é a única responsável. É todo um conjunto de fatores que leva a esses tipos de acidentes.
A BR-277 é a principal rodovia de acesso ao Porto de Paranaguá. Trabalhadores do setor de transporte enfrentam os congestionamentos e atrasos. Gilberto Costa da Cruz, diretor da Federação Nacional dos Caminhoneiros Autônomos (FENACAM) conta que os atrasos para descarga está gerando até multa.
Coronel Sergio Malucelli, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Fetranspar) disse que a entidade cobra, quase que diariamente, uma solução. Os prejuízos para o setor já passam de R$ 68 milhões e o frete já sofreu reajuste médio de 20%.
Vale lembrar que em 16 de dezembro do ano passado, o DER/PR firmou um termo de compromisso com DNIT para execução integral das obras no km 39 e km 41 da BR-277. O órgão federal, responsável pela rodovia, não possuía os recursos necessários.
Já o DNIT continua responsável pelas obras no Km 42. O órgão federal retirou o guindaste e liberou a pista em 22 de dezembro, com previsão de retorno dos serviços no início deste ano.