O Paraná fechou o primeiro trimestre do ano com a abertura de 56.225 vagas de emprego com carteira assinada.

Quinto melhor resultado do País, o saldo do Paraná é superior à soma dos empregos gerados por todos os estados do Norte e do Nordeste no período. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, divulgado nesta quinta-feira (28).

Nos três primeiros meses de 2022, houve 473.178 contratações e 416.953 demissões no Estado. No mês de março, foram abertos 8.638 postos de emprego formais, que se somam às 28.273 vagas abertas em fevereiro e às 19.314 geradas em janeiro, com os ajustes do Caged.

No acumulado de 12 meses, entre abril de 2021 e março de 2022, 157.095 empregos formais foram criados no Paraná.

Mas, na indústria do estado os empregos formais (com carteira assinada) tiveram uma redução significativa segundo os dados do Caged. O setor continua abrindo vagas, porém, num ritmo mais lento do que o verificado desde março do ano passado.

Dos 8.638 novos postos de trabalho criados no estado no mês passado, a indústria foi responsável por 1.114 deles. Foi o segundo setor que mais abriu oportunidades, superado apenas por serviços (5.404). Tanto as vagas gerais de empregos quanto as da indústria caíram em relação a fevereiro. O recuo chega a 69%, avaliando todos os empregos gerados, e a 65% considerando apenas a indústria.

De acordo com o economista da Fiep, Thiago Quadros, na comparação com março de 2021, o resultado da indústria se repete. Queda de 78% na geração de empregos formais. Esta condição pode ser reflexo da situação econômica do país

Para o economista a inflação alta em março, uma das maiores para o mês desde 1994, o índice de confiança do empresário em queda em março e o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a inflação do setor industrial, em alta de 3,1%, ajudam a explicar a desaceleração nas contratações.

A inflação acumulada em 4,3% até abril, que este ano praticamente já chegou perto da do teto previsto pelo Banco Central para todo o ano de 2022 (5%), é outro fator que inviabiliza as vendas no comércio. Produtos mais caros no varejo inibem as encomendas e a demanda de produção nas fábricas.

Segundo o economista do Dieese, Sandro Silva, em análise a médio e longo prazo, com a perspectiva de queda no PIB paranaense, a recuperação pode não acontecer tão em breve.