Professor da rede estadual de ensino Florêncio Rekayg Fernandes, tem 46 anos. Pedagogo e mestre em Educação, ele pertence ao povo Kaingang, do clã Kamé, um dos grupos que compõem a etnia natural da Terra Indígena de Rio das Cobras, localizada em Nova Laranjeiras, no Centro-Sul do Paraná. Ele pode se tornar o primeiro de sua etnia a conquistar um diploma de doutorado.

O indígena aprendeu a falar além do kaingang, português, espanhol e inglês, de maneira pró-eficiente, e com o incentivo de seu cacique José Olibio, líder de sua aldeia-mãe, se tornou professor, como conta Florêncio.

O conhecimento alcançado fez com que seguisse com os estudos e entrasse para o programa de doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde pode conquistar o diploma de doutor no ano que vem.
Florêncio ocupa o cargo de diretor na Escola Estadual Emília Jerá Poty, em uma aldeia próxima à Morretes, no Litoral. Ele possui uma doença rara e neurodegenerativa que o fez perder os movimentos das pernas e pode acarretar na perda de memória e de outros movimentos corporais.
Apesar da dificuldade, Florêncio segue lecionando e estudando para conquistar o diploma, e se tornou um exemplo de que a luta dos guerreiros kaingang não utiliza mais flechas e sim conhecimento.

Com sua tese “A formação e Atuação de Professores Pedagogos Indígenas no Paraná”, que começou no mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), e segue como tema para o doutorado.