Apesar do alto volume de negociação de dívidas no país, a inadimplência continua subindo mesmo em ritmo mais lento. O Paraná acompanha o cenário nacional.
O estado está entre os cinco com maior número de pessoas endividadas, fica atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. De acordo com levantamento da Serasa, este ano, há mais de 3,5 milhões de paranaenses com dívidas atrasadas. Em 2019, antes da pandemia, eram 3,1 milhões pessoas endividadas no Paraná, como ressalta o coordenador de Relações Públicas da Serasa, Fernando Gâmbaro Ramos.
Em agosto, o índice de inadimplência seguiu em alta pelo oitavo mês consecutivo. O aumento foi de 0,5% na comparação com julho, um dos menores registrados nos meses de crescimento sucessivo. Segundo a Serasa, o número elevado de negociações de débitos realizados em agosto, que chegou a quase 3 milhões, volume 22% maior do que o registrado em julho, pode ter contida os indicadores de endividamento.
Fernando Gâmbaro Ramos afirma que o início de 2022 era esperado um cenário melhor em relação ao dos dois anos anteriores, mas isso não aconteceu.
No Paraná, a média de inadimplentes está em cerca de 40%, abaixo da média nacional de 42%. Outro dado paranaense que difere do nacional é o que se refere ao perfil dos endividados.
Enquanto no Brasil as pessoas do sexo feminino representam 50,2% dos inadimplentes e as do sexo masculino simbolizam 49,8%, no Paraná a proporção se inverte os números apontam que 52% dos devedores são do sexo masculino e 48% do sexo feminino. Já na avaliação por idade, a faixa etária em destaque é das pessoas que têm entre 26 e 40 anos, que representam cerca de 35% dos inadimplentes, seguida por quem tem entre 41 a 60 anos, com 34%.
Em relação à negociação, as mulheres são as que mais renegociaram débitos, sendo 54%, frente a 46% dos homens. Na comparação por faixa etária, os consumidores de 30 a 40 anos lideraram as negociações, com 30%. Uma curiosidade é a Geração Z, formada por jovens de até 25 anos, representa 22% do total de acordos fechados em agosto. Contudo, essa mesma faixa etária é a que tem menor representatividade entre os endividados, apenas 13%.
As dívidas mais negociadas em agosto foram as de telecomunicações, 41%, seguida pelas securitizadoras, 24%, e bancos, com 15%. As dívidas com maior representatividade entre os inadimplentes seguem com o segmento de bancos e cartões, quase 29%), seguida das contas básicas como água, luz e gás, com 22%), e os financiamentos, quase 14%.
O coordenador de relações pública da Serasa, explica que muitas pessoas renegociaram as dívidas, de forma parceladas, em mutirões de negociação e isso ajudou a conter os índices de inadimplência.
Quem está endividado pode buscar a renegociação de dívidas, com condições especiais, como parcelamento e descontos de até 90%, nos canais oficiais da Serasa.
Também é possível realizar a consulta e a negociação das dívidas de forma presencial nas mais de seis mil agências dos Correios distribuídas pelo país. Esses locais oferecem as mesmas condições mediante pagamento de uma taxa de R$3,60.