O Instituto Água e Terra (IAT) do Paraná, órgão do Governo do Estado, teve que suspender a retirada de restinga, em Matinhos.

O trabalho foi paralisado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no início desta semana, na segunda-feira (12). De acordo com o IAT, essa retirada faz parte do projeto de Recuperação da Orla de Matinhos.

Segundo estudos, a vegetação faz parte do ecossistema costeiro e pertencente ao bioma Mata Atlântica. A restinga cresce na faixa de areia ao longo da praia e tem diversas funções ecológicas, pois atua como uma barreira física contra as ressacas do mar, ajuda na manutenção de recursos hídricos, abriga espécies animais e vegetais nativas da região, ameaçadas e de importância econômica.

O engenheiro florestal do Instituto Água e Terra, Leandro Duarte, explicou que a retirada da dalbergia, popularmente conhecida como rabo-de-bugio ou marmelo-do-mangue, ocorre por não fazer parte da vegetação nas décadas de 80 e 90.

Leandro Duarte afirmou que a dalbergia predomina e inibe o crescimento de outras plantas nativas na orla.

No entanto, a opinião de especialistas diverge da versão apresentada pelo Instituto Água e Terra.

Oceanógrafo e professor da Universidade Federal do Paraná, Rangel Angelotti, explicou a função da restinga.

Rangel Angelotti afirmou que a vegetação não é uma espécie invasora e o que foi questionado pelo Ibama, que suspendeu os trabalhos na Orla de Matinhos, foi a maneira que a remoção estava sendo feita com retroescavadeiras e veículos pesados.

Para o professor da Universidade Federal do Paraná, a tendência é que essa vegetação volte a crescer no local e que a solução seria a retirada feita de forma manual.

A rádio CBN entrou em contato com o Ibama, mas até o momento o órgão não se manifestou sobre o assunto.