A época de colher e comer pinhão chegou. Um dos alimentos mais tradicionais da região Sul do País, símbolo do Paraná, está liberado para colheita, venda, transporte e armazenamento a partir deste sábado em todo o Estado. O IAT, Instituto Água e Terra, porém, reforça que apenas pinhões que tenham alcançado o completo processo de maturação poderão ser comercializados. A multa em caso de desobediência é de 300 reais por quilo apreendido, além da responsabilização por crime ambiental. As normas e instruções de comercialização do pinhão têm como objetivo conciliar a geração de renda e proteger a reprodução da araucária, ameaçada de extinção. Quando o pinhão cai ao chão, é uma oportunidade para animais, como a cutia, ajudarem a semear o fruto em outros lugares, garantindo a reprodução da araucária. O chefe da Divisão de Fiscalização Ambiental no IAT, Ivo Czelusniak, explica a importância da fiscalização da colheita nesse período.

As pinhas imaturas apresentam casca esbranquiçada e alto teor de umidade, o que favorece a presença de fungos, podendo o alimento se tornar até tóxico para o consumo humano. Se consumido, pode prejudicar a saúde com problemas como a má digestão, náuseas e episódios de constipação intestinal. A cadeia produtiva do pinhão gera incremento econômico na vida de milhares de famílias paranaenses. Movimentou cerca de 17 milhões de reais em 2021, de acordo com o Valor Bruto de Produção, levantamento do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. As regiões Central, Sul, Sudoeste concentram o maior volume de produção de pinhão. O engenheiro agrônomo e gerente de Restauração Ambiental do IAT, Mauro Scharnik, afirma que além do consumo humano, o pinhão serve como alimento para diversos animais terrestres e pássaros, ou seja, é fundamental para conservação da fauna.

Não é permitida a venda de pinhões trazidos de outros estados. A safra começa em abril e normalmente se estende até junho. A fiscalização é feita pelos agentes do IAT e pelo Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde. A denúncia é apurada e, caso comprovada, um processo é instaurado para que seja lavrado o auto de infração ambiental. As denúncias podem ser encaminhadas à Ouvidoria do IAT, aos escritórios regionais, pelos telefones (41) 3213-3466 ou à Polícia Ambiental (41) 3299-1350.