O Hospital Pequeno Príncipe (HPP), referência no atendimento de crianças e adolescentes, já constatou aumento muito acima do esperado para o período para casos de doenças respiratórias, como explicou a pediatra Simone Borges da Silveira, responsável pela Emergência de Convênios do HPP.

O complexo médico está com ocupação acima de 90%. O tempo médio de espera gira em torno de três a quatro horas, mesmo durante a noite e a madrugada. Segundo o hospital, em fevereiro, o laboratório de análises clínicas contabilizou 30 exames positivos para influenza. Já em março esse número saltou para quase 350 casos positivos, o que representa um aumento superior a 1000% nas confirmações de influenza.

Segundo o Hospital Pequeno Príncipe, os casos não estão concentrados em uma faixa etária específica e o que tem chamado a atenção são os casos de doenças respiratórias em bebês.

Simone Borges da Silveira chamou a atenção para a febre alta que tem sido frequente nos pacientes atendidos no hospital e pode ser confundida com a dengue.

Essa elevação do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) foi apontada no último Boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no final do mês de março. Conforme os dados, o Paraná está na área vermelha, com incidência acima de 97%, que é a classificação de zona de risco para os casos sintomas respiratórios graves.

O quadro resulta do crescimento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza, vírus sincicial respiratório e rinovírus.

O levantamento indicou que nas quatro últimas semanas epidemiológicas do mês de março houve alta de casos com resultado positivo para alguns vírus respiratórios, com mais de 16% dos diagnósticos para influenza A e cerca de 30% para vírus sincicial respiratório, que é um dos principais responsáveis por infecções respiratórias em crianças.

Para tentar evitar a disseminação dos vírus respiratórios são recomendadas as medidas de higiene básica, como lavar as mãos com água e sabão, usar álcool em gel e manter os ambientes arejados. Caso a criança apresente sintomas respiratórios também dever usar máscara. Outra recomendação é para que as crianças com problemas respiratórios não sejam mandadas para escola, pois a transmissão da influenza é muito rápida, segundo os médicos.

Lembrando que manter a carteira de vacinação em dia também é fundamental para evitar casos graves da doença. O imunizante contra a gripe está disponível nas unidades de saúde de todo o estado para crianças de seis meses até seis anos de idade.