Eram cinco da manhã quando uma senhora de 73 anos, moradora do bairro Uberaba, saiu de casa sem avisar para onde ia. Ela seguia orientações passadas pelo celular, por criminosos que afirmavam ter sequestrado o filho dela e o pior aconteceria se a mulher não fosse para um hotel ficar isolada até receber mais informações sobre o pedido de resgate. Durante todo o tempo, o telefone deveria ficar ligado. Enquanto isso, em Florianópolis, o filho dela também recebia ligações dos supostos sequestradores, invertendo a história, conforme conta o delegado Cristiano Quintas, do Grupo Tigre.

O delegado explica ainda que o modo de ação dos criminosos é semelhante. Eles ligam para as vítimas, escolhidas muitas vezes em pesquisas nas redes sociais. Depois de descobrirem detalhes como local onde moram, grau de parentesco, lugares visitados e preferências pessoais, o grupo parte para a ação e chega a dar nomes e imitar vozes, para convencer na hora de fazer os depósitos. Neste caso, o prejuízo poderia ter sido ainda maior se o filho da mulher não tivesse ligado para a polícia e comunicado o que estava acontecendo.

Cristiano Quintas alerta que nesta época do ano os golpes do sequestro remoto aumentam. A senhora foi resgatada em um hotel no centro de Curitiba, após ficar 6 horas em isolamento. E a ousadia dos criminosos, não tem limites.