Um grupo de pessoas tentou invadir um galpão da Receita Federal, localizado no bairro Bacacheri, em Curitiba, para tentar roubar uma carga de cigarros. O caso aconteceu no início da manhã desta quinta-feira (20). Os criminosos acabaram conseguindo fugir. O crime aconteceu após a apreensão de cerca de 350 mil maços de cigarros contrabandeados do Paraguai. A abordagem aconteceu na cidade da Lapa, na região metropolitana.

Durante uma ronda de combate ao saque de carga na BR-476, os policiais encontraram caminhões estacionados em um posto de combustíveis. Após verificação, constataram que o motorista de um caminhão, de 30 anos, estava transportando os cigarros contrabandeados. A carga vinha de Douradina, no interior do Paraná, e seguia para Agudos do Sul.

O homem foi detido em flagrante pelo crime de contrabando e adulteração de sinal identificador de veículo. O caminhão foi levado para o pátio da Receita Federal, em Curitiba. Pouco tempo depois, houve o registro da tentativa de roubo da carga. Os responsáveis pela tentativa de resgate do produto fugiram assim que viram as equipes policiais se aproximando.

Os suspeitos teriam utilizado um carro para tentar entrar no local, dando marcha ré. Porém, apenas o portão foi derrubado e nada foi levado. A equipe de segurança privada foi acionada assim que o arrombamento aconteceu. Equipes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar foram acionadas. A área é utilizada para abrigar materiais apreendidos pelo órgão fiscalizador.

Números divulgados pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP) apontam que o contrabando representou 60% do mercado de cigarros no Paraná em 2021. O índice é 6% inferior ao registrado em 2020. O estado é o segundo do Brasil com a maior taxa, atrás apenas do Mato Grosso do Sul, que tem 84% dos cigarros contrabandeados.

Segundo Edson Vismona, presidente do fórum, em entrevista à CBN, o fato de o Paraná e de o Mato Grosso do Sul serem estados de fronteira aumenta a quantidade de registros de contrabando. Porém, ele apontou que o trabalho de combate à pirataria por parte da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Receita Federal são primordiais para coibir a ação dos criminosos.

Para Edson, a redução no índice de cigarros contrabandeados no Paraná aconteceu diante da alta do dólar e do cenário da pandemia de Covid-19. Os dois fatores fizeram com que o custo do produto ilegal subisse, diminuindo a competitivdade dele diante do cigarro produzido de maneira legal. Porém, ele ressaltou que o contrabando segue causando grandes danos ao país por conta da sonegação de impostos.

O presidente do fórum disse ainda que o cigarro é o item mais contrabandeado no país. Boa parte do produto vem do Paraguai e das Guianas, além dos cigarros produzidos dentro do Brasil, de maneira clandestina, e sem pagamento de imposto. Ele contou sobre o tamanho do prejuízo que o contrabando tem causado para quem comercializa de maneira legal e os danos para o governo.

Em 2021, o prejuízo causado pelo mercado ilegal no Brasil chegou a R$ 300 bilhões. A pesquisa mostra ainda que, no levantamento de sete anos, as perdas causadas pelo contrabando triplicaram. No ano retrasado, o cigarro causou perdas de R$ 13 bilhões. O representante do fórum explicou por que as pessoas não devem comprar produtos contrabandeados.

A Receita Federal informou que imagens do circuito de segurança mostraram o veículo dando marcha ré duas vezes sobre o portão do depósito. Na primeira tentativa, a equipe de segurança se mobiliza, entrando em contato com a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar. Os criminosos não chegam a entrar no local e fugiram com a chegada da viatura. As imagens foram enviadas à Polícia Federal para a investigação e não foram divulgadas.