A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e o Detran-PR cumprem nesta manhã de quarta-feira (1) 42 mandados judiciais contra um grupo criminoso acusado de “esquentar” carros roubados através do sistema de transferências de veículos do próprio Detran. Os alvos não são servidores públicos, mas alugavam senhas de despachantes e modificavam informações sobre automóveis roubados.
São 12 mandados de prisão preventiva, 23 de busca e apreensão e sete de monitoração eletrônica expedidos contra os envolvidos. De acordo com a polícia, as investigações começaram há 9 meses, a pedido do Detran-PR que identificou a fraude.
Os criminosos alugavam as senhas e inseriam dados falsos nos sistemas, colocando em circulação carros furtados ou roubados que eram “regularizados” em nome de laranjas. De acordo com as investigações, eles utilizavam do sistema para ter acesso a diversas informações dos veículos e condutores, assim como ter a autonomia de gerenciar processos de transferências e vistorias dos veículos.
Ainda conforme a Polícia Civil, alguns despachantes chegaram a fazer mais de 900 vistorias por mês, várias ao mesmo tempo em lugares diferentes. Com o veículo adulterado, o grupo buscava carros iguais nos sistemas, adulterava sinais identificadores e utilizava documentos falsos para transferir o automóvel para um “laranja”, inclusive fazendo a transferência de domicílio. Na sequência, o veículo era vendido para um terceiro.
O proprietário do automóvel verdadeiro só percebia que o seu carro não estava mais em seu nome quando fosse pagar os impostos, ao consultar os documentos do veículo pela internet ou ao receber notificação informando mudança de titularidade.
Ainda na manhã desta quarta, a Polícia Civil vai conceder uma entrevista coletiva para explicar o caso e repassar um balanço da operação.