Duas novas espécies de besouros descobertas por um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Paraná podem auxiliar na solução de crimes de assassinato, segundo publicação da revista científica da instituição. 

As duas espécies se alimentam do cadáver de moscas e, por isso, também costumam estar presentes em cadáveres humanos. Em crimes de assassinato, por exemplo, a expectativa é de que os insetos possam indicar o tempo de decomposição do corpo, ou ainda o tipo de morte, envolvendo ou não o uso de produtos tóxicos.

O estudo integra a pesquisa de mestrado da bióloga Bruna Caroline Buss. Ela conta que como os insetos não estão presentes em todas as regiões, é possível identificar se o cadáver foi movido de local.

 

Uma das espécies, a Aleochara capitinigra, caracterizada por possuir a cabeça de coloração preta, foi encontrada na capital do estado do Acre. Já a segunda espécie, intitulada de Aleochara leivasorum, foi encontrada nas cidades paranaenses de Campina Grande do Sul, Ponta Grossa e Tibagi. Sua diferença ocorre na porção final do abdome e pelas peças utilizadas na cópula, consideradas úteis na identificação.

Segundo a pesquisadora, é ideal que os conhecimentos sobre esses insetos sejam aprofundados ainda mais. Além de auxiliar nos estudos forenses, a identificação também é vista como uma forma de incentivo para novos estudos biológicos, já que ainda há muitas espécies desconhecidas pela ciência.

 

No seu habitat natural, as espécies são ectoparasitas de pupas de moscas, que são encontradas sob a casca que se forma na camada externa de pele das larvas durante o estágio de metamorfose de larva para a fase de mosca adulta. Ao encontrar uma pupa, a larva do besouro abre um orifício de entrada, depois o fecha com as próprias fezes e se alimenta dessa pupa, de acordo com a pesquisa.

As descobertas do grupo de pesquisa CNPq intitulado “Biodiversidade de Staphyliniformia (Insecta, Coleoptera)”, busca conhecer a biodiversidade de alguns grupos de besouros, principalmente registrados no Brasil. A pesquisa é realizada desde de 2010 no Setor Palotina da UFPR, no Oeste do Paraná, pelo Laboratório de Pesquisas em Coleoptera (Lapcol).