As melhorias do transporte ferroviário foram tema de um encontro, nesta quinta-feira (5), com representantes dos governos dos três estados da Região Sul do país. Houve debate sobre a situação atual da Malha Sul, que corta os três estados do Sul e parte de São Paulo, e o projeto da Nova Ferroeste.

A reunião, realizada em Curitiba, contou com a participação do vice-governador do Paraná, Darci Piana; o vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza; e o secretário da Portos, Aeroportos e Ferrovias de Santa Catarina, Beto Martins.

Os três decidiram pela elaboração de um termo de referência para a contratação de um estudo de demanda que vai indicar as cargas e volumes que poderiam ser transportados pela atual malha ferroviária para requerer melhorias na prestação do serviço. Também vão apresentar uma proposta para o processo da nova concessão ao Ministério dos Transportes. O atual contrato da iniciativa privada com o governo federal se encerra em fevereiro de 2027, e uma consultoria técnica vai apontar as melhores soluções para o futuro.

Os três estados do Sul são grandes produtores de grãos, principalmente soja, e lideram a produção de suínos e frangos no País. Boa parte do volume do campo e da indústria é exportada por trilhos. Quando comparado com o transporte rodoviário, o frete ferroviário costuma ser, em média, 30% mais barato, segundo o vice-governador Darci Piana.

O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, destacou a necessidade urgente de novos investimentos no transporte ferroviário. De acordo com ele, o momento é propício para a discussão das melhorias neste modal.

A linha férrea que conecta o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná é uma concessão federal operada pela iniciativa privada. Entre os temas em debate está o fim do atual contrato de 30 anos, que vai passar por uma nova licitação ou renovação com a atual operadora.

Portos

O transporte também foi tema de uma reunião nesta quinta-feira na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). A instituição promoveu um encontro para debater e buscar soluções relacionadas às operações no sistema portuário do Estado e da região Sul. Estiveram presentes executivos de indústrias usuárias do sistema, além de representantes de terminais portuários do Paraná e de Santa Catarina e de órgãos públicos envolvidos em processos de exportação e importação, como Receita Federal, Ibama, Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Segundo o presidente da Fiep, Edson Vasconcelos, a economia e as exportações paranaenses vêm crescendo significativamente ano a ano, demandando investimentos e melhorias em toda a cadeia logística.

Durante a reunião na Fiep, representantes de empresas exportadoras fizeram uma análise sobre o panorama atual do sistema portuário do Paraná e estados vizinhos, destacando alguns dos principais gargalos enfrentados. Um deles é a ausência de uma retroárea para movimentar as cargas. E, quando as mercadorias chegam ao porto, não é possível prever em qual navio e em que prazo será embarcada.

Vasconcellos ainda ressaltou a importância de mais investimentos na área de infraestrutura.

De acordo com ele, haverá uma nova reunião no dia 15 de abril com a participação de outras instituições e usuários para continuar com os debates sobre o tema.

* Com informações da AEN e da Fiep