Nesta semana chega ao fim o prazo para a desocupação das áreas por indígenas em Guaíra e Terra Roxa, no oeste do estado. A situação tem gerado conflitos na região, com ataques entre fazendeiros e povos originários. O Governo do Paraná afirma que a responsabilidade para a resolução da situação é Federal, uma vez que há a necessidade de negociações com os indígenas, que são de responsabilidade do ministério dos Povos Indígenas.

O governador Ratinho Junior disse que em virtude da tensão no local o estado terá de se posicionar.

São cinco áreas ocupadas por indígenas nas duas cidades. A Justiça Federal de Umuarama expediu ao menos sete intimações para os líderes das ocupações, que foram intimados no final da semana passada. O prazo para a saída voluntária é de dez dias e em alguns locais terminou na segunda-feira (29). Em outros há a precisão de saída até o próximo sábado (3).

O procurador-geral do Estado, Luciano Borges, explicou que além das reintegrações de posse existem cinco interditos proibitórios contra os indígenas.

Uma reunião com a participação de integrantes do Incra, ministérios da Justiça e dos Povos Indígenas, da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e outros órgãos estaduais, foi feita nesta segunda-feira (29). Nela, o ministro Paulo Teixeira avisou que pretende convocar uma reunião com o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e com a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, para propor uma solução ao conflito. No entanto, ainda não há data para quando isso deve ocorrer.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) que acompanha a situação no oeste do estado, afirmou que foi criado um grupo de trabalho com a participação de cinco líderes do povo Ava Guarani para “atuar na mediação dos conflitos envolvendo áreas de ocupação tradicional nos municípios de Guaíra e Terra Roxa, região Oeste do Paraná”.

O grupo foi instituído por meio de uma portaria da prefeitura municipal de Terra Roxa, que nomeou representantes das comunidades na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá e Guasu Okoy Jacutinga, Ministério dos Povos Indígenas, Proprietários de Imóveis Rurais de Terra Roxa e de Guaíra e outros entes públicos.

“A Comissão Guarani Yvyrupa (CGY) apresentou propostas formuladas de maneira coletiva por todas as comunidades avá guarani na região e espera que as negociações com Itaipu e com o Estado brasileiro apontem um caminho para o futuro das comunidades”, ressalta o Cimi.