A preservação da Mata Atlântica e os desafios do desenvolvimento sustentável estão no centro da 13ª edição do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), realizada nesta terça-feira (19), em Curitiba, dentro da Conferência da Mata Atlântica. O encontro reuniu governadores e vice-governadores dos sete estados das duas regiões, além de especialistas e representantes da sociedade civil, e resultou na divulgação da “Carta de Curitiba”, documento que aponta propostas para fortalecer a agenda ambiental e preparar os estados para a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro.
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O encontro ocorre em meio à polêmica sobre o chamado “PL da Devastação”, aprovado pelo Congresso Nacional, que altera regras do licenciamento ambiental no país. O presidente Lula vetou 63 dispositivos do projeto, entre eles a ampliação da autonomia de estados e municípios para flexibilizar regras e a licença expressa para grandes empreendimentos, mas manteve pontos polêmicos, como a Licença Ambiental Especial (LAE), inserida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que acelera liberações para obras como hidrelétricas, estradas e empreendimentos de mineração.
Durante o encontro em Curitiba, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, defendeu que o país encontre um ponto de equilíbrio entre proteção ambiental e crescimento econômico.
Para ele, a preservação só é possível se houver recursos gerados pelo desenvolvimento.
Já o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, destacou o papel do agronegócio sustentável e os impactos diretos das mudanças climáticas sobre a produção, com uso de técnicas de baixa pegada de carbono.
Ele ainda chamou atenção para os impactos diretos da crise climática na economia gaúcha. Segundo Eduardo Leite, quatro estiagens severas em sete anos já comprometeram até 40% da safra de soja do estado, com reflexos em toda a cadeia produtiva. Defendeu ainda mais investimentos federais e linhas de crédito para que os produtores consigam se adaptar, com reservação de água e recuperação do solo.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, ressaltou os avanços do estado na transição energética e na exportação de produtos com baixa pegada de carbono, como o “aço mais verde do mundo”, produzido com carvão vegetal.
No Espírito Santo, segundo o governador Renato Casagrande, a estratégia será apoiar setores produtivos regionais com linhas de crédito e incentivos tributários.
Vale lembrar que Carta de Curitiba reforça o compromisso conjunto dos estados em ampliar a restauração e conservação da Mata Atlântica, criar novas unidades de conservação, investir em monitoramento por satélite, compensações financeiras por áreas preservadas e na educação ambiental. Também prevê a criação de um Fundo da Mata Atlântica para financiar projetos de preservação e adaptação climática.
A expectativa dos governadores é de que as propostas regionais apresentadas em Curitiba fortaleçam o papel dos estados nas negociações da COP30.
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