Anderson Bueno, um terceiro agente da Guarda Municipal, que estava no dia em que o adolescente de 17 anos, Caio Lemes, foi morto com um tiro na cabeça, durante uma abordagem policial, prestou depoimento. Ao delegado Eric Guedes, nesta segunda-feira (3), o homem disse que o jovem não estava portando uma faca, como narrava a história inicial registrada no Boletim de Ocorrência pelos guardas Edilson Pereira da Silva e Edmar Junior. O advogado André Romero, que representa a família da vítima, disse que esse depoimento ajuda a resgatar a memória de Caio.

Os agentes também foram intimados para prestar esclarecimentos na delegacia, mas foram orientados pelo advogado, a permanecerem em silêncio. Edilson Pereira da Silva é indicado como autor do disparo e investigado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, além de fraude processual. O outro agente, Edmar Junior, é investigado por fraude processual. Rodrigo Cunha, que defende os acusados, acredita que o depoimento foi uma estratégia jurídica.

A Polícia Civil tem 30 dias para encerrar a fase de inquérito. A família aguarda pela conclusão das investigações e a denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR), afirma Romero.

O delegado responsável pelo caso acredita na hipótese de disparo acidental durante a abordagem. Mas ainda aguarda laudos periciais e de necrópsia. A defesa dos acusados disse acreditar que dificilmente o caso vá a juri popular.