Este comentário é sobre trabalho e carreira. Todos precisamos consumir bens e serviços para nos mantermos vivo. Basta você olhar sua mesa no café da manhã, no almoço e no jantar para ver quanta coisa o mundo tem que fabricar para você não morrer de fome.

Ouça a coluna de José Pio Martins desta segunda-feira (30):

Se estender a lista para os medicamentos e serviços que mantêm a saúde, os meios de transporte, nossa moradia, nossa vestimenta, a educação, o lazer e outros bens e serviços que usamos, você verá o quanto a humanidade tem que trabalhar para prover todos os bens e serviços necessários à vida.

Sem o trabalho humano, a humanidade seria extinta, logo, o trabalho é uma obrigação moral e um valor individual.

As pessoas têm talentos para atividades diferentes. Há talentos que servem para desenvolver um hobby e servem para formar um negócio, mas há talentos que servem para hobby, mas não para formar um negócio.

Pense em dois exemplos: Roger Federer tem talento para ser um dos melhores do mundo, e ficou rico praticando seu esporte. Isso só foi possível porque há bilhões de pessoas no mundo que pagam para ver um jogo de tênis presencialmente ou na televisão. Assim, esse esporte tornou-se um produto lucrativo e Federer conseguiu ganhar a vida se divertindo.

Já o Fulano de Tal é um alpinista especializado em escalar montanhas difíceis. É um talento, mas não serve para formar um negócio e gerar renda. Não é um produto vendável, é apenas um hobby, ninguém paga para ficar vendo um atleta escalar montanhas.

Meu recado para você é: em sua formação profissional, aprenda as bases da empregabilidade e do empreendedorismo, e responda a três perguntas: 1) Meu produto, seja um bem ou serviço, resolve algum problema de alguma parte da humanidade? 2) Meu produto atende alguma necessidade da humanidade? 3) Há consumidores ou usuários dispostos a pagar para comprar o que eu faço?

Por fim, é preciso realismo. Há pessoas talentosas dizendo que o mundo é estúpido por não comprar o que elas produzem. No meio artístico, isso é comum. Mas, o gosto do consumidor é o que é, não o que eu quero seja. Pense nisso.

José Pio Martins, economista, professor, palestrante e consultor de economia, finanças e investimentos.