O Gaeco de Guarapuava apresentou 54 denúncias criminais relacionadas à Operação Damna, que apurou golpes financeiros praticados por meio de duas empresas do ramo de investimentos na cidade.

As denúncias são resultados de representações criminais feitas ao Ministério Público por 400 pessoas que foram lesadas pelos grupos empresariais.

O Gaeco sustenta que os 12 pessoas, os sócios e empregados das empresas, praticaram crimes de organização criminosa, lavagem de ativos, estelionato, favorecimento real e falsidade ideológica, entre outros.

Segundo o promotor de justiça, Pedro Henrique Brazão Papaiz, as vítimas eram atraídas com a promessa de investimentos de alta rentabilidade em operações na bolsa de valores, com lucros de 4% a 12% ao mês, supostamente sem qualquer risco.

Por meio de auditorias, o Ministério Público demonstrou que, na verdade, as empresas apresentavam prejuízos milionários em operações de day trade, aquele tipo de negociação utilizado no mercado financeiro de compra e venda, normalmente no mesmo dia.

Considerando apenas essas vítimas, os denunciados chegaram a captar cerca de 40 milhões de reais. Além das ações penais, o Ministério Público obteve o sequestro judicial de valores das empresas e dos sócios, no total de mais de 16 milhões de reais e o confisco de imóveis e veículos de luxo.

Esses bens devem ser destinados ao ressarcimento das pessoas lesadas com as ilegalidades. Um grupo é alvo de 40 ações e o outro de 14, com seis réus citados em cada uma.

Diferente da pirâmide financeira, esse sistema funciona sem a captação em cadeia de recursos, ou seja, o suposto investidor não precisa angariar outros para a manutenção do golpe. A captação de investidores fica a cargo do idealizador do esquema ou seus associados.

Nesses casos, os criminosos induzem o investidor em erro, prometendo grandes rentabilidades sobre o capital investido, mas, na verdade, as remunerações mensais das vítimas são pagas com os valores dos novos clientes cooptados.