O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) entregou à população do Paraná a obra de conservação da Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, localizada na Ilha do Mel, em Paranaguá. A entrega foi formalizada durante cerimônia na última sexta-feira (23).

A obra recebeu cerca de R$ 600 mil de investimento, provenientes de emenda parlamentar e de recursos do Iphan. O valor foi empregado em serviços para melhoria das condições de conservação e segurança do conjunto histórico, bem como em pesquisas arqueológicas para compreensão da sua estrutura e atividades de educação patrimonial durante a execução.

A obra contou com o apoio de instituições como a Prefeitura de Paranaguá e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Paralelamente à entrega da obra, foi aberta a exposição Paisagens Caiçaras, no espaço Casa de Guarnição, que vai abrigar a nova biblioteca, melhor equipada para atender aos moradores da Ilha. A mostra foi organizada em parceria da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Única edificação militar do período colonial no Paraná, a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres foi tombada pelo Iphan em 1939 e é um dos atrativos mais visitados da Ilha do Mel. O conjunto arquitetônico abrange a Casa de Guarnição, o Paiol de Pólvora, o corpo central da Fortaleza e, no topo do Morro da Baleia, uma bateria de canhões do início do século XX.

Uma das características da fortaleza é sua adaptação ao terreno. A construção aproveita as pedras do lugar e a conformação natural do morro, de forma que as soluções arquitetônicas e ajustamentos tecnológicos realizados ao longo do tempo permitiram o seu uso militar desde o século XVIII até o século XX.

A Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres participou de episódios históricos significativos, como a Revolução Farroupilha (1835 a 1845) e a Revolução Federalista (1893 a 1895). Contudo, o evento militar de maior destaque que envolveu a fortificação foi o “Incidente Cormorant” (1850), que revisita um passado escravagista, em um contexto de prática ilícita de tráfico negreiro no litoral paranaense.