Na manhã desta sexta-feira (11), o Exército Brasileiro se posicionou pela primeira vez sobre as manifestações que ocorrem em frente aos quartéis e outras unidades das forças armadas do país.

Em nota, assinada pelo comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e pelo Almirante de Esquadra da Marinha, Almir Garnier Santos, além do Tenente-Brigadeiro do Ar, Carlos de Almeida Baptista Junior, comandante da Aeronáutica, as forças armadas afirmam que “a solução a possíveis controvérsias no seio da sociedade deve valer-se dos instrumentos legais do estado democrático de direito”.

O posicionamento surge após pedidos de manifestantes bolsonaristas por uma intervenção militar. Eles são contrários a apuração das eleições, que deu a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a presidência do país a partir de 2023 e não aceitam o resultado das urnas. Em frente ao quartel do Pinheirinho, em Curitiba, de acordo com a comunicação social do Quartel General do 5º Batalhão, cerca de 30 bolsonaristas permanecem em frente ao local nesta sexta-feira.

Ainda conforme a nota, o Exército afirma que tem “compromisso irrestrito e inabalável com o Povo Brasileiro, com a democracia e com a harmonia política e social do Brasil” e destaca que “a Constituição Federal estabelece os deveres e os direitos a serem observados por todos os brasileiros e que devem ser assegurados pelas Instituições, especialmente no que tange à livre manifestação do pensamento; à liberdade de reunião, pacificamente; e à liberdade de locomoção no território nacional”.

O Supremo Tribunal Federal (STF) precisou obrigar por meio de ordem judicial o desbloqueio de rodovias após manifestantes bolsonaristas realizarem interdições totais em vários trechos no Paraná e em outros estados, desde o dia 30 de outubro. Os desbloqueios aconteceram gradualmente e nesta sexta-feira não há registros de estradas com interdições, nem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e nem pela Polícia Militar do Paraná (PMPR).