Apesar da proibição, em Curitiba, é comum a soltura de fogos de artifício com estampido. O estrondo que o artefato faz incomoda muitas pessoas, entre elas crianças, especialmente os bebês; idosos; pessoas que estão internadas em hospitais; pessoas dentro do Espectro Autista também sofrem com o barulho dos fogos; além dos animais, sejam domésticos ou silvestres, que também sentem bastante incomodo com o barulho excessivo.

Todos os anos, são feitas campanhas de conscientização para que as pessoas não soltem fogos com estampido para evitar incômodos. No entanto, ainda há quem veja nesses alertas um exagero e acaba não respeitando os outros.

Segundo profissionais de saúde, no caso dos idosos, a explosão de um artefato pode causar desorientação, principalmente nos que já apresentam algum tipo de demência. Alguns idosos podem ter delírios, alucinações e confusão mental.


SAIBA MAIS:


Nos recém-nascidos, em razão da hipersensibilidade auditiva, o estrondo causado pelos fogos de artifício, provoca irritabilidade nos bebês, quebra do sono, dificuldade de socialização e de concentração.

Já em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TAC) os estampidos podem provocar sérias crises, que podem leva a ações involuntárias, como crises de choro, agressão ou autoagressão, dores, entre outras reações.

A pediatra Renata Coelho falou sobre as diversas consequências que os fogos de artifício podem causar.

Esposa e mãe de criança autista, Mayara Santos, explicou que o barulho da explosão de fogos de artifício é um transtorno imenso.

 

Muitas reações de pessoas com Transtorno do Espectro Autista são muito mais intensas em situações de estresse, como destacou Mayara Santos.

A hipersensibilidade auditiva dos animais de estimação é diretamente afetada com a soltura de fogos em todas as épocas do ano, mas o impacto maior, por causa da quantidade e da intensidade, ocorre na virada do ano. O que para os humanos pode ser um ruído simples, para os pets é um barulho insuportável, que acarreta diversas reações.

Raquel Facuri, co-fundadora da instituição Ampara Animal, maior organização de proteção animal do país, falou sobre o sofrimento dos animais nessa época do ano.

De acordo com Raquel Facuri, para os animais que vivem em abrigos as consequências da soltura de fogos de artifício pode, até mesmo, levar a morte.

Recentemente, a fuga de um cãozinho do parque Barigui chamou a atenção e mobilizou várias pessoas. Bandit estava com a dona, Patrícia Nobre, e acabou fugindo durante a soltura de fogos, que fazia parte da apresentação de Natal da prefeitura de Curitiba. A personal trainer passeava com os quatro animais de estimação no parque Barigui, quando começaram os fogos. Após 21 dias, de uma procura intensa e muita movimentação nas redes sociais, Bandit foi encontrado no bairro Campo Comprido.

A lei que proíbe fogos de artifício com barulho foi sanciona, em Curitiba, em dezembro de 2019. A legislação tem o intuito de resguardar animais, que são muito mais sensíveis ao barulho e também todas as pessoas que sofrem com ruídos excessivos, como crianças portadoras do transtorno do Espectro Autista e idosos.