O novo cenário da dengue na região Sul motivou a realização de um seminário para debater sobre perspectivas e desafios. O encontro foi promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta sexta-feira (17), no Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), em Curitiba, e contou com a participação de representantes da Organização Panamericano de Saúde (OPAS), do Ministério da Saúde, do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e das secretarias estadual e municipal de saúde de Curitiba, como destacou o diretor da Fiocruz Paraná, Stenio Fragoso.

Os especialistas analisaram a doença em quatro cenários epidemiológicos. Foi feito um levantamento da situação na América Latina, no Brasil, no estado do Paraná e também em Curitiba.

O médico infectologista e pesquisador da Fiocruz, Rivaldo Venâncio, falou sobre o atual cenário da dengue no estado.

O pesquisador ressaltou que o Brasil enfrenta as consequências das mudanças climáticas e lembrou que ano passado foi um dos anos mais quentes desde que foi iniciado o monitoramento da temperatura em todos os continentes. A partir dessa condição, no Brasil, os pesquisadores observaram um volume muito grande de chuva, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Rivaldo Venâncio pontou duas situações: a enchente ocorrida no Rio Grande do Sul, que resulta das mudanças e das alterações climáticas, e também a seca que ocorreu na região Amazônica, em 2023, e deixou vários trechos do Rio Amazonas aparente. Além disso, o especialista disse que o cenário atual eleva a preocupação para o próximo período epidemiológico.

E não é só o mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti, que preocupa.

O último boletim epidemiológico da dengue, divulgado pela Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa), na última terça-feira (17), contabilizou mais de 27 mil casos e elevou para aproximadamente 350 mil casos confirmados de dengue em todo o Paraná. As mortes também registraram elevação e saltaram para 277, com mais 38 vítimas no estado.

Segundo a Sesa, até o momento, foram identificados nas pessoas infectadas os sorotipos 1, 2 e 3 da dengue.