Nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (11) uma fila se formou na porta de entrada da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Cajuru. O centro municipal de emergências médicas é uma das unidades que enfrentam uma alta demanda de atendimento em Curitiba.
Em março deste ano, a média de pessoas atendidas nas UPAs foi de 4.285 por dia, um número 25% maior comparado ao mesmo mês do ano passado. Os dados foram divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde que afirma que um novo protocolo de atendimento será adotado.
Amori Silva chegou com a esposa e o filho de 15 anos na UPA do Cajuru perto das 7h. Ele disse que a triagem foi rápida, mas que não tinha ideia de quando o adolescente seria atendido.
Do lado de fora, a espera também é pelo resultado do atendimento. Márcio de Lima estava com a filha recebendo medicamentos após apresentar sintomas gripais. A menina de 14 anos passou mal durante a noite e os pais contam que a Unidade de Saúde perto de casa estava lotada e o jeito foi buscar a emergência da UPA.
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A SMS disse que desde quarta-feira (10), o fluxo em Y, que prevê um eixo de atendimento específico para casos respiratórios e pacientes com suspeita de dengue e outro eixo para os demais atendimentos, está sendo adotado gradativamente nas UPAs do município, neste período de maior alta de demanda por atendimento. O protocolo é o mesmo adotado na pandemia de Covid-19. A secretária de Saúde de Curitiba, Beatriz Batistella, explica que cerca de 30% dos casos atendidos nas UPAs hoje são de pessoas com sintomas respiratórios.
De acordo com a SMS, o protocolo pode ajudar a diminuir o tempo médio de atendimento, que hoje é de cerca de 1h40.
Aloma Seguro, estava com sintomas gripais e disse que passou rápido pela triagem. Ela vem de Pinhais para receber atendimento no Cajuru, pois diz que na sua cidade as unidades estão lotadas.
Enquanto isso, há internamentos de casos respiratórios mais severos que demandam atendimento e estão sendo atendidos na UPA do Cajuru. Segundo Amilton Gouvea, que está com o pai de 84 anos internado desde a semana passada, há falta de profissionais.
Ainda conforme a secretária de Saúde, além do novo fluxo de atendimento, a Secretaria Municipal de Saúde está atendendo com novos leitos de UTI e de enfermagem, além da contratação de 70 profissionais.
A expectativa da SMS ainda é de que os próximos meses registrem um aumento esperado de doenças respiratórias e o novo protocolo poderá ser ampliado para mais UPAs da capital, caso necessário.