“Eu só escrevo para os atores que eu conheço”, diz Gerald Thomas, autor e diretor de “Traidor”, peça que tem duas sessões no Teatro Guaíra neste fim de semana: sexta-feira (29) e sábado (30), às 20h30. O ator é Marco Nanini, que volta a trabalhar com Gerald após dezoito anos, e interpreta… um ator! “O Nanini começa com um pequeno texto que é o início do texto anterior (Um Circo de Rins e Fígados). Ele quis dar esta pista para o público de dezoito anos atrás (…) ”, frisa o diretor, que foi entrevistado por Ayrton Baptista Junior, da CBN Curitiba.

De Nova Iorque, onde mora, Gerald lembrou de espetáculos que foram apresentados nas primeiras edições do Festival de Curitiba, nos anos 1990, e falou também sobre críticas que recebeu durante a carreira, como a de tratar o ator como um elemento de menor importância na encenação. “Segundo o Nanini e todos os atores com quem trabalhei, eu sou o diretor que mais lida com a arte da interpretação”, rebate.

Sobre “Traidor”? “É uma sucessão de pensamentos paranoicos, medrosos, que é o que a gente sente quando vai nas profundezas da nossa alma, olhando as facetas da sociedade que é nos é alimentada pela mídia. É a Faixa de Gaza, a Ucrânia, o sistema político do país onde se vive, o que vai ser da calçada em frente a casa. É uma série de medos”, aponta o autor, que considera o Festival de Curitiba “o melhor festival de teatro do mundo”.

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