A farmacêutica Daniele Stuart, que oferece cursos na área de estética, prestou depoimento na Delegacia de Crimes contra a Saúde em Curitiba nesta quarta-feira (12). Ela teria vendido um curso para a influenciadora Natália Freitas, investigada pela morte de um homem de 27 anos que passou pelo procedimento de peeling de fenol, em São Paulo.

O advogado Jeffrey Chiquini, que representa a farmacêutica, falou com a imprensa e explicou que a profissional falou na condição de declarante e compareceu de forma voluntária à delegacia.

A influencer afirmou para a polícia que fez a capacitação online, ofertada por Daniele pelo valor de R$ 500. Daniele enfatizou que Natália não teria a habilitação para fazer a aplicação do peeling de fenol, mesmo passando pelo curso. A defesa da farmacêutica apontou que a suspeita teria mentido durante a inscrição do curso para ter acesso às informações.

A delegada Aline Manzatto da Polícia Civil do Paraná abriu um inquérito para apurar a prática da aplicação do peeling de fenol pela farmacêutica que possui um curso online sobre o medicamento. A delegada pontua que Daniele está amparada por uma normativa.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o peeling de fenol é um procedimento estético que demanda extrema cautela e é “indicado para tratar casos de envelhecimento facial severo, caracterizados por rugas profundas e textura da pele consideravelmente comprometida”. O órgão também reforçou que o fenol é um composto tóxico absorvido pela pele e pode causar complicações quando aplicado de forma incorreta. Nos casos mais graves, pode ocorrer problemas cardíacos e levar a morte.

A delegada aponta ainda que uma investigação ocorre em Curitiba em paralelo com o caso de São Paulo e que ainda não há confirmação sobre uma possível responsabilização de Daniele na morte ocorrida no estado vizinho.

Os dois inquéritos policiais possuem 30 dias para serem concluídos. Após a oitiva das testemunhas e a obtenção da documentação, a Polícia Civil deve definir se apresenta uma denúncia contra a farmacêutica e se indicia a influenciadora por homicídio doloso, ao assumir o risco de matar.