A família da mulher de 43 anos que teve o pé amputado em um acidente entre dois ônibus no centro de Curitiba abriu uma campanha de arrecadação de dinheiro pela internet para adquirir uma prótese para que ela possa voltar a andar. A vaquinha online foi aberta em setembro por uma sobrinha da vítima. Segundo Caroline Ferreira Teodoro, a ideia é possibilitar a recuperação da tia o quanto antes.

A batida entre um ônibus biarticulado da linha que liga o bairro Santa Cândida ao Capão Raso e um articulado da cidade de Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, aconteceu em 9 de setembro, durante a manhã. O acidente ocorreu na Avenida Visconde de Guarapuava, na altura da Travessa da Lapa.

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No caso, 45 pessoas ficaram feridas, sendo 29 com escoriações leves e 15 com moderados. Tereza Teodoro precisou ser socorrida para o Hospital do Trabalhador e acabou perdendo um dos pés ao ficar presa nas ferragens. Outras vítimas foram encaminhadas para os hospitais Evangélico e Cajuru.

A Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (AMEP) afirmou que o motorista da linha de Fazenda Rio Grande teria tido um mal súbito quando avançou o sinal vermelho e atingiu o ônibus de Curitiba. O fornecimento de energia na região chegou a ser interrompido por conta da queda de um poste após o acidente.

A vaquinha online arrecadou, até o momento, 25% da meta. Foram contabilizados R$ 6,3 mil dos R$ 20 mil, com cerca de 160 apoiadores. O dinheiro será utilizado, segundo a sobrinha da vítima, para a compra de uma prótese e ajuda de custos tanto para a tia quanto para a família que ainda se recuperam dos transtornos causados pelo acidente.

Segundo a sobrinha, nenhum dos representantes dos envolvidos na batida procurou a família para prestar qualquer tipo de apoio. O primeiro contato apareceu apenas no sábado (30), quando um representante da empresa responsável pelo ônibus de Fazenda Rio Grande procurou a família. Entretanto, a orientação foi para que o advogado da família fosse acionado.

Família de mulher que teve pé amputado em acidente de ônibus cria vaquinha para prótese / Foto: Arquivo Pessoal

A sobrinha disse, ainda, que a tia não foi intimada para prestar depoimento. Ela afirmou que a situação tem atrasado o andamento de procedimentos básicos, como o pedido do seguro DPVAT e até mesmo compreender o que pode ter motivado a batida dos veículos.

Por meio de nota, a Leblon Transporte de Passageiros, que é a proprietária do ônibus que bateu no biarticulado onde estava a vítima, disse ter tentado contato no hospital onde ela estava internada, mas o acesso foi negado por conta da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

A empresa afirmou que agora está em contato com o advogado da família para procurar cooperar e manifestou disposição para auxiliar no que for necessário para que a mulher tenha o melhor atendimento possível. Por enquanto, a viação aguarda o retorno do profissional para prosseguir na prestação de apoio.

O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp) informou que a Viação Glória, proprietária do biarticulado onde estava a vítima, não teria acionado a família porque a empresa que está respondendo a todos os procedimentos do caso é a Leblon Transporte de Passageiros.

A CBN Curitiba entrou em contato com a Polícia Civil do Paraná para saber sobre o andamento das investigações, e foi informada pela corporação que ela segue investigando o caso e realizando oitivas de testemunhas a fim de esclarecer a dinâmica do acidente. Os dois motoristas de ônibus já foram ouvidos.