Um estudo divulgado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, o FGV Social, “Retorno para escola, jornada e pandemia”, apontou que a evasão escolar mais que dobrou no Paraná durante a pandemia da Covid-19. Fazendo um comparativo com o período pré-pandêmico, em 2019 a taxa de evasão escolar na faixa de 5 a 9 anos de idade estava em 1,29% no Estado. Já no terceiro trimestre de 2021 essa taxa ultrapassou os 3%. Mas o pico aconteceu no quarto trimestre de 2020, quando o índice chegou a quase 6% de evasão escolar.

A FGV utilizou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Continua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), no qual mostrou que a taxa de evasão escolar durante a crise sanitária cresceu 148% em quase dois anos, no estado.

O estudo da FGV Social colocou o Paraná como destaque positivo na realização de atividades escolares por crianças com idade de 6 a 15 anos. Conforme o estudo, apenas 2,09% dos jovens não receberam nenhuma atividade escolar, o menor índice do país. Apenas 0,9% das crianças não fizeram as atividades recebidas, também a menor proporção entre todos os estados brasileiros.

Segundo os autores da pesquisa, a falta de atividades escolares recebidas pelos estudantes ficou relacionada à ausência de oferta por parte das escolas. A pesquisa ainda apontou que Os alunos das séries iniciais, que tinham obtido os maiores avanços escolares nas últimas quatro décadas, foram os mais penalizados durante a pandemia.

A Conselheira Tutelar e Coordenadora da Comissão de Educação, Elizabeth Peres, falou sobre as dificuldades enfrentadas em 2020, logo que a pandemia da Covid-19 começou, e que essas adversidades diminuíram em 2021.

Elizabeth Peres explicou que alguns pais não têm como ajudar os filhos nas atividades, pois muitos sequer têm os dispositivos disponíveis. Além disso, a conselheira falou sobre os desafios enfrentados nesse período.

A metologia usada pelos autores da pesquisa considerou o tempo gasto pelos alunos em horas e minutos nas escolas usando dados da PNAD. Atualmente, os índices de evasão se limitam a calcular a presença escolar por número de matrículas registradas.