Em uma página criada exclusivamente para ajudar o estudante de Medicina Mateus Botogoske, de 25 anos, familiares, amigos e a instituição de ensino onde ele era acadêmico do 6º ano, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), lamentaram a morte do rapaz.

Desde 2019, quando foi diagnosticado com câncer ósseo no braço esquerdo, Mateus passou por diversas etapas durante o tratamento. Primeiro foi a cirurgia para retirada do tumor, um osteossarcoma. Porém, no início de 2023, o jovem foi diagnosticado com metástase e havia indicação de cirurgia com um médico especialista em hemipelvectomia, para remover completamente o tumor.

Segundo informações de amigos e familiares que constam na página criada para ajudar Mateus, o plano de saúde recusou a indicação cirúrgica, por entender que houve uma cobrança excessiva pelo médico. Mesmo com uma decisão favorável da Justiça, proferida em 28 de abril de 2023, Mateus só conseguiu fazer a cirurgia, em junho do ano passado, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Após um período de recuperação, Mateus teve algumas infecções em razão da baixa imunidade causada pela quimioterapia e o estado de saúde agravou. Além disso, no início deste ano, o rapaz começou a apresentar complicações respiratórias, o que piorou o quadro de saúde.

Em nota, a Universidade Federal do Paraná lamentou a morte e enalteceu a coragem e a determinação na luta contra o câncer.

Renata Farah, advogada especialista em Direito Médico e da Saúde, disse que tem sido comum o descumprimento de ordens judiciais por algumas operadoras de planos de saúde.

Mesmo com medidas que já são impostas pelos juízes, como multas pelo descumprimento de decisões judiciais e sequestro de valores a fim de garantir o financiamento do tratamento ao paciente, ainda assim essas medidas não são tão ágeis, segundo Renata Farah. Para a advogada a legislação deveria ser mais rigorosa na aplicação de sanções diante dessa situação.

A CBN Curitiba entrou em contato com o plano de saúde e até o fechamento dessa matéria não houve retorno.